(30/08/2017) Compra da Hamburg Süd pela Maersk vai mudar 'geopolítica' em Santos
A dúvida que instiga o mercado hoje é como a compra do armador de contêineres Hamburg Süd pela Maersk deve rearranjar a "geopolítica" no porto de Santos. "O terminal que não tiver vinculação com um armador, seja como sócio, seja com contrato de longo prazo, está fadado a desaparecer. É preciso ter um armador-âncora", afirma uma fonte que atua em terminais.

A Hamburg Süd tem um contrato de longo prazo com o Tecon Santos - da Santos Brasil - que termina em 2019. Como hoje a Brasil Terminal Portuário (BTP) não abarca as cargas de Maersk e MSC - seus principais clientes - mais as da Hamburg Süd, o mercado originalmente avaliava que um dos dois cenários tinham chances de se concretizar. A Maersk levar linhas para o Tecon Santos por meio de um acordo como o que a Hamburg Süd tem hoje, ou a APM Terminals, sócia na BTP, sair da BTP e comprar uma fatia do Tecon Santos.

Mas essas conjecturas ficaram em suspensão desde que o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) publicou um despacho, na semana passada, considerando "complexa" a compra da Hamburg Süd pela Maersk.

"O Tecon Santos é um primor entre os terminais brasileiros, sem dúvida seria a 'noiva'. Mas precisa saber se o Daniel Dantas [do Opportunity ] vai querer vender", disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Procurado, o Opportunity disse, por nota, que a Santos Brasil é uma empresa negociada no Novo Mercado, com o seu controle disperso e sem acordo de acionistas. Acrescentou que "não tem nada a comentar sobre as avaliações do mercado do interesse da Maersk pela Santos Brasil". A Maersk e a APM Terminals disseram que não comentam especulações de mercado.

Principal ativo da Santos Brasil, o Tecon Santos é o maior terminal do país e líder na movimentação de contêineres. Registrou a segunda maior produtividade média (medida por contêineres movimentados por hora) do país em 2016, conforme dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Perdeu o primeiro lugar para a Embraport.

Analistas avaliam que sobrarão em Santos no máximo quatro terminais de contêineres - os mais céticos dizem que apenas três: BTP, Embraport e Tecon Santos. A Rodrimar, o menor deles e de uma empresa familiar, mudou de nicho. O Ecoporto, da Ecorodovias, também pequeno, está sem serviço regular de navegação.  A Libra, conglomerado da família Borges Torrealba, conquistou recentemente um serviço de longo curso liderado pela CMA CGM e tem um projeto ambicioso de ampliação na casa de R$ 800 milhões. Avalia cenários para atrair parceiros, inclusive no capital - a Lazard conduz o processo.

A venda da fatia da Odebrecht Transport na Embraport para a Dubai Ports World está quase finalizada. Com quase 80 terminais espalhados pelo mundo, a asiática tem cacife para negociar em âmbito global com armadores. O negócio foi aprovado pelo Cade em maio, mas faltam alguns pontos para a venda ser assinada. Entre eles, apurou o Valor, está a discussão de um acordo de "take or pay" com um grande embarcador de granel vegetal que garanta a carga.

Fonte: Valor Econômico, Fernanda Pires, 30/08/2017.

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