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Na concorrida região do Mar do Norte, onde se encontram os principais complexos marítimos da Europa, o porto belga de Zeebrugge aposta na oferta de áreas, na profundidade de seus acessos marítimos e, principalmente, em sua política ambiental para atrair novos negócios e se desenvolver.
Essas características, aliadas a uma estratégia comercial que busca impulsionar a implantação de unidades para o beneficiamento das cargas, garantiram que se consolidasse como o principal do continente em operações ro-ro (quando as mercadorias são carregadas ou descarregadas sobre plataformas rolantes por rampas na popa ou na lateral dos navios) e o líder mundial no embarque e desembarque de veículos.
O plano de desenvolvimento comercial de Zeebrugge foi apresentado para empresários e autoridades do Porto de Santos na manhã de ontem, na sede da autoridade portuária, na vila de Zeebrugge, a 95 quilômetros a nordeste de Bruxelas, a capital do país.
A ida ao complexo encerrou uma série de visitas nesta semana aos principais complexos marítimos da Bélgica. A viagem complementou a programação da 15ª edição do Santos Export 2017 – Fórum Internacional para Expansão do Porto de Santos, realizada nos últimos dias 11 e 12, em Santos, pelo Grupo Tribuna e pela Una Marketing de Eventos.
A apresentação sobre o porto belga, realizada por seu gerente de vendas, Pepjin De Vreese, mostrou que, para concorrer com complexos de maiores dimensões e com mais instalações (como o também belga Antuérpia, a 83 quilômetros a leste, e o holandês Roterdã, a 87 quilômetros a noroeste), é necessário desenvolver nichos próprios e explorar seus diferenciais.
Esse é o caminho trilhado por Zeebrugge, administrado por uma companhia autônoma de direito público, controlada pela Prefeitura de Brugge, principal cidade da região.
“Somos um porto jovem (implantado nos anos 1980) e mediano. Não concorremos diretamente com gigantes como Roterdã ou Antuérpia. E, exatamente por isso, temos condições de oferecer oportunidades que os outros não têm. Somos um complexo de águas profundas, temos áreas reservadas para expansão e uma localização e acessos logísticos estratégicos, além de termos uma política de agregar valores em nossas mercadorias e buscarmos manter a qualidade de nosso ar”, explicou De Vreese.
Com profundidade de 17 metros em seus berços de água profundas (na parte externa, protegida por quebra-mares), que podem receber navios pós-panamax, e de 14,5 metros em suas docas internas, o porto movimentou 37,8 milhões de toneladas no ano passado.
Valor agregado
O número de contêineres chegou a 1,4 milhão de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) e está se recuperando, depois de um declínio nesta década. Mas a principal operação, o ro-ro, mantém a expansão dos últimos 11 anos, alcançando 14,8 milhões de toneladas. A maior parte se refere a veículos, em cuja movimentação o complexo é líder mundial. Apenas no ano passado, passaram por suas instalações 1,3 milhão de caminhões e 2,8 milhões de carros.
Esse destaque obtido com a indústria automobilística é explicado pelas próprias características comerciais. Por incentivar a implantação de centros logísticos e de beneficiamento e com áreas para atrair novos terminais, Zeebrugge tornou-se uma referência no segmento. Sua região é dominada por pátios de veículos e unidades para fiscalização, pintura, customização e atividades de pós-produção – agregando valor a essas mercadorias e, consequentemente, gerando empregos – que levam o porto a trabalhar com quase todas as montadoras, dos carros populares aos voltados ao público AAA.
Fonte: A Tribuna, 30/9/2017.
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