Ampliação de oferta para transporte marítimo só deve acontecer em 2018
Junto com a perspectiva de melhora das importações, empresas de transporte marítimo acreditam em uma retomada do volume movimentado em 2017. Caso projeções se cumpram, armadoras podem ampliar oferta para 2018.

"A perspectiva de crescimento das importações para 2017 variam de 5% a 10%", argumenta o diretor-superintendente da Aliança Navegação e Logística e da Hamburg Süd, Julian Thomas. Segundo ele, o desempenho ainda é incerto - por depender de fatores políticos e econômicos. Contudo, a companhia está otimista quanto o crescimento do País. "O Brasil deve ter uma recuperação rápida."

Caso, as previsões de crescimento ocorram, Thomas aponta para a possibilidade de ampliar a capacidade da companhia em linhas relacionadas ao Brasil em 2018.

Um dos focos para o próximo ano será a oferta de serviços de multimodalidade. Segundo ele, o transporte de importações e exportações começa no porto e termina no porto, mas a ideia da empresa é estender o serviço porta a porta para o segmento de longo curso. "Assim aproveitamos a onda de interiorização da carga", explica.

PMEs

Apesar da pressão sofrida pelo mercado no transporte de longo curso - por conta da queda das importações e do preço do frete-, Thomas aponta oportunidades no serviço de cabotagem. "Apesar da crise, devemos crescer 5% no volume transportado", ressalta Thomas. Segundo o executivo, mesmo com uma queda no volume transportado pelos grandes clientes, a carteira de pequenas e médias empresas aumentou, devido à busca de redução de custo, que pode chegar a 15% comparado ao rodoviário..

Outra aposta da companhia é o desenvolvimento de rotas que passem pelo Nordeste, através do Canal de Panamá e sigam para o Sul do País. "Mas para isso precisamos de infraestrutura. Ou seja, um porto que tenha capacidade de receber grandes navios. São planos para daqui a cinco anos."

Gargalos

O diretor superintendente da Maersk na costa leste da América do Sul, Antonio Dominguez, também aponta a deficiência em infraestrutura como uma das principais barreiras para crescer. "Precisamos de ações rápidas e decisivas por parte do governo para endereçar a necessidade de dragagem nos canais de acesso", analisa o executivo. De acordo com ele, os investimentos da empresa em embarcações maiores dependem das melhorias na infraestrutura.

Além disso, ele aponta para a necessidade de mais investimentos em rodovias e ferrovias que conectem as áreas de produção ao porto, de modo que o custo logístico seja reduzido. "Portos de águas rasas, falta de infraestrutura terrestre, conectividade e burocracia são limitadores profundos", explica.

Para ele, com as importações nos piores níveis desde os anos 1990, e uma maior racionalização de capacidade em toda a indústria, o Brasil enfrentará um ano muito difícil, mas as perspectivas para 2017 são melhores. "Por isso, estamos providenciando um forte apoio à transformação do Brasil em uma economia exportadora", explica. Para este ano, ele explica que mesmo que as previsões positivas para as exportações no último trimestre se materializem, não será o suficiente para compensar uma queda de mais de 30% nas exportações no ano.

Estratégias

Somado à redução do volume de importações desde 1990, ele aponta o boom nas exportações agrícolas como fatores que têm provocado uma ausência de contêineres - de 20 a 40 pés - no País. "Principalmente de equipamentos de 40 pés refrigerados" diz. Por isso, em 2015, a Maersk assinou a compra de 30 mil contêineres refrigerados com tecnologia de gerenciamento RCM.

Assim como a Hamburg Süd, a empresa também tem apostado na cabotagem. Em julho, a Maersk batizou o Mercosul Itajaí, que recebeu um investimento de R$ 200 milhões, e é a quarta embarcação da rota de cabotagem da armadora Mercosul Line.

Ontem, o Grupo Maersk anunciou uma nova estrutura global. A partir de agora, será dividido em dois braços de negócios, um e transporte e logística e um de energia.

Consolidação global

Ainda de acordo com Julian Thomas da Hamburg Süd, outra tendência para o setor é a consolidação do mercado. "Seja através de alianças em algumas rotas para conseguir economia de escala ou com processos de aquisição". O motivo, segundo ele, é o grande excedente de capacidade (de navios) que o mercado mundial apresenta.

Questionado sobre a possibilidade de aquisição da sul-coreana Hanjin - que entrou com pedido de recuperação judicial - o executivo aponta que não existe interesse no momento e que a saída de uma armadora do mercado pode ser até saudável para o setor. "Até 2008 o transporte de contêiner estava acostumado a crescer o equivalente ao dobro do crescimento do PIB mundial e agora precisa de tempo para reajustar", diz.

Segundo ele, em 1986 o mercado possuía 30 grandes empresas que dominavam o mercado e atualmente apenas três desse montante ainda está operando. "Nos últimos três anos, o processo e consolidação acelerou e a tendência deve continuar", analisa.

Fonte: DCI, 23/9/2016.

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