Bancos estatais e FI-FGTS poderão financiar até 70% dos projetos listados pelo governo
O governo vai permitir que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o FI-FGTS - braço de investimentos em infraestrutura do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - financiem até 70% das obras do programa de concessão em infraestrutura e logística do governo federal. Nada impede, entretanto, a participação também dos bancos privados.

"O FI-FGTS poderá entrar com até 35% do financiamento desses 70%", explicou uma fonte ao Valor. O fundo de investimentos do FGTS tem R$ 12 bilhões em carteira para ajudar a alavancar as concessões do governo.

Hoje, o presidente Michel Temer coordenará no Palácio do Planalto a primeira reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e, além de detalhar os empreendimentos que serão concedidos à iniciativa privada, o governo vai bater o martelo sobre as regras para que os interessados nas concessões consigam o empréstimo.

"O empréstimo vai ser diluído com todo mundo. Não vai ter operação para empréstimo-ponte", afirmou a fonte, lembrando que no passado muitos investidores não conseguiam o empréstimo-ponte, o que atrapalhava a execução dos negócios. "Será um consórcio com bancos públicos e privados. Uns entrarão com dinheiro e outros com fiança."

A fonte envolvida de perto nas negociações ressaltou que até 70% dos empréstimos poderão ser bancados por banco público e os 30% restantes serão distribuídos por outros bancos, com garantia fiança. Parte do empréstimo de até 70% deverá ter juros subsidiados. "Será uma taxa de juros mais atraente", contou. No caso dos recursos do FI-FGTS, o empréstimo será feito com taxas de juros de mercado.

Para a reunião de hoje sobre o PPI, a expectativa também é pelo anúncio de participação do BNDES em projetos de saneamento básico em três Estados: Rio de Janeiro, Pará e Rondônia. Atualmente, um dos principais financiadores nessa área é a Caixa Econômica Federal, com recursos do FGTS.

O governo chegou a pensar em um modelo em que os bancos assumiriam, mediante garantias, o risco dos projetos, enquanto que o FI-FGTS
ficaria apenas com o risco dos bancos. As instituições financeiras estariam dispostas a pagar pelas letras uma remuneração equivalente a 80% do CDI somada à variação da Taxa Referencial (TR) e um prêmio de risco do projeto a ser financiado.

Segundo uma fonte de um banco público, a ideia acabou não prosperando, pois dependeria de mudanças na regulamentação do FI-FGTS,
o que implicaria mudança na finalidade do fundo.

O PPI é uma das principais apostas do governo para a retomada de investimentos no país e, consequentemente, do crescimento econômico. Além disso, os recursos ajudarão no cumprimento da meta de resultado primário de 2017, que corresponde a um déficit de R$ 139 bilhões. A equipe econômica pretende conceder à iniciativa privada aeroportos, ferrovias e saneamento básico. A proposta de Orçamento apresentada pelo governo para o próximo ano inclui a expectativa de recebimento de R$ 24 bilhões em concessões e permissões.

Fonte: Valor Econômico, 13/09/2016.

Leia Também Outras Notícias

Agência Porto
| 19 Set, 2024

Acordo incentiva micro e pequenas empresas do Norte e Nordeste a ampliar exportações

Leia mais
Agência Porto
| 19 Set, 2024

Presidente da CODEBA participa de seminário que discute possibilidades de negócios entre Bahia e Bulgária

Leia mais
Agência Porto
| 19 Set, 2024

Sistema Transporte lança segunda edição do Guia de Boas Práticas de Proteção de Dados no Setor

Leia mais

Como podemos ajudar?

Conte como podemos auxiliar com um dos nossos serviços e soluções.

Solicite um orçamento

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Privacidade.