CNA debate desafios da logística no agro
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) participou do Seminário Agropecuária Brasileira e Sustentável e Segurança Alimentar Mundial, promovido pelo Conselho Regional de Economia do Distrito Federal (Corecon-DF) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A assessora técnica da Comissão Nacional de Infraestrutura e Logística da CNA, Elisangela Pereira Lopes, foi a representante da entidade. Em sua palestra, ela abordou o tema “Logística no Agro”, falando sobre os principais desafios do setor para o escoamento da produção agropecuária e apresentando uma radiografia da infraestrutura atual.

Elisangela citou dados referentes à produção de soja e milho no país acima do Paralelo 16, que abrange parte do Centro-Oeste e as regiões Norte e Nordeste, para mostrar algumas deficiências na logística nestas localidades, como na questão portuária. Apesar de esta região representar 64,4% da produção dos dois grãos (141,9 milhões de toneladas), apenas 31,1% é escoada até os portos destas regiões para exportação.

Segundo ela, 68,9% da soja e do milho proveniente do Arco Norte embarca para o exterior a partir dos portos do Sul e Sudeste, sendo que o Porto de Santos é responsável por 31% deste total (equivalente a 38,8 milhões de toneladas).

Elisangela lembrou que, de 2009 a 2021, a produção de soja e milho no Arco Norte passou de 56 milhões para 141,9 milhões de toneladas, um incremento de 85,9 milhões, diante do surgimento de novas fronteiras agrícolas como o Matopiba. Para a atender a demanda desta expansão para o escoamento da safra nestas regiões, completou, seria necessário construir um terminal portuário ou uma estação de Transbordo de Carga (ETC) por ano.

“Temos muito para alavancar o escoamento pelos portos do Arco Norte, porque a infraestrutura não é suficiente para reverter essa deficiência logística”.

Ainda em sua apresentação, ela ressaltou a necessidade de maior utilização de outros modos de transporte além das rodovias, que hoje respondem por 66% do frete da produção. Na sua avaliação, o uso das ferrovias e hidrovias ainda está muito abaixo do potencial da malha que pode ser explorada.

Desta forma, isso faz com que o custo do transporte da fazenda até o porto no Brasil seja quase 3 vezes superior ao dos Estados Unidos, um dos principais concorrentes na produção de grãos, em razão do déficit logístico no Arco Norte.

Ainda de acordo com Elisangela, o uso integrado dos modos rodoviário, ferroviário e hidroviário na região Norte, saindo de Sorriso (MT) até os portos do Pará, reduziria o custo do transporte de R$ 337,50 para R$ 114,44 por tonelada.

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