Com programa, investidores avaliam que risco de concessões será menor
Executivos de bancos e representantes de associações do setor de infraestrutura ouvidos pela Folha reagiram bem à largada do PPI (Programa de Parceria em Investimentos), programa de concessões lançado na terça (13).

A avaliação é que, com medidas mais realistas sobre preços, prazos e modelos, o risco será menor, tornando os projetos mais atrativos para investidores e banqueiros.

"Se um projeto atrasa, por exemplo, as receitas também demoram a entrar. É ruim para quem toca o negócio e para quem emprestou o dinheiro", diz Thiago Sendelbach, diretor do BNP Paribas.

Para José Carlos Martins, presidente da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), os princípios do novo pacote dão maior segurança aos investidores.

Segundo ele, os órgãos governamentais estão trabalhando coletivamente e seguindo uma linha única, o que não ocorria antes.

Pontos que foram garantidos como a segurança dos contratos, cálculos feitos sem ideologia e independência das agências reguladoras são elementares e nem precisariam ser afirmados. "Mas estamos no Brasil", diz Martins, lembrando que eles não vinham sendo respeitados.

O risco para os projetos, porém, vem da economia nacional. A taxa de juros elevada torna os papéis emitidos pelas empresas para tocar os projetos pouco atrativos.

"Não se faz concessão com debênture a 14,25%", afirma Venilton Tadini, presidente da Abdib (Associação Brasileira da Indústria de Base), citando o atual patamar da taxa básica de juros, a Selic.

Tadini lembra que os problemas de financiamento - principalmente em relação ao formato das garantias, que têm custo elevado - ainda persistem mesmo com as mudanças anunciadas e terão de ser solucionados até o lançamento dos editais.

Para ele, "ninguém vai colocar dinheiro no país" enquanto o gasto público não for ajustado, já que o descontrole das contas do governo gera um risco de não pagamento de empréstimos para a realização das obras. "Foi uma boa hora colocar os projetos agora enquanto esses problemas macroeconômicos se resolvem. Mas eles têm que se resolver", disse Martins.

Fonte: Folha de SP, 15/9/2016.

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