Especialista defende investimentos no Porto


Os investimentos no Ferroanel de São Paulo devem estar associados a melhorias no Porto de Santos, caso contrário o modal permanecerá defasado. O alerta é do engenheiro José Manoel Ferreira Gonçalves, especialista do setor e presidente da Frente Nacional pela Volta das Ferrovias (Ferrofrente).




“O Tramo Norte (do Ferroanel) poderá aumentar o fluxo de trens do Interior ao Litoral. Mas a Baixada Santista não terá condições de receber mais trens”, analisa o especialista, ao lembrar que a região tem apenas duas ligações ferroviárias com o Planalto: a de simples aderência, operada pela concessionária Rumo-ALL, e a do sistema cremalheira, administrada pela Rumo Logística.


Na avaliação de Gonçalves, os investimentos no anel ferroviário e nos acessos ao Porto deveriam ocorrer simultaneamente, para que não houvesse defasagem entre as extremidades das linhas. “O problema é a concentração de esforços em um projeto prometido há mais de 20 anos. Por isso que pode ocorrer esse desequilíbrio”, avalia. Ele também questiona a ausência de discussões sobre o Tramo Sul, que seria precursor do anel ferroviário.




“O Ferroanel é um anel de trilhos, semelhante ao Rodoanel, que atende à demanda rodoviária. Se pensarmos em tramos isolados, como o Norte, ele perde a essência e cria novos gargalos”, diz o engenheiro.




José Manoel Gonçalves cobra a articulação do Estado e da União e fala em descaso para com o setor, que, em sua avaliação, é essencial para o escoamento da produção nacional.




Crescimento 




Para o professor da Faculdade de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Creso de Franco Peixoto, o Ferroanel é um empreendimento que pode incentivar a maior exploração do modal ferroviário no Estado e no País. Para ele, é uma oportunidade para o setor mostrar sua confiabilidade e eficiência ao mercado logístico.




De acordo com o acadêmico, o trabalho com ferrovias requer segurança em duas vias: daquele que investe nela e daquele que a utiliza. “Existe, de fato, uma pressão muito grande de demanda para migrar o transporte de cargas do modal rodoviário ao ferroviário. Para que isso aconteça, é preciso que exista eficiência e confiabilidade”, destaca.




Peixoto lembra que o anel ferroviário na Grande São Paulo é “essencial” para o setor. Mas, enquanto ele não é tirado do papel, a iniciativa privada que explora as linhas férreas no Estado em direção ao Porto teve que se precaver. “Hoje, as segregações são um fôlego a mais. Elas serão complementares ao Ferroanel no futuro e hoje garantem interesse ao modal”.

Fonte: A Tribuna, 12/12/2016.


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