Governo lança obra da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste
Os novos caminhos que conduzirão a pujante safra produzida no Centro-Oeste em direção aos portos das demais regiões brasileiras começaram a ser sedimentados nesta sexta-feira (17). Através do Ministério da Infraestrutura, o Governo Federal deu início à construção dos 383 quilômetros iniciais da Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), ligando os municípios de Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT).

O lançamento das obras, em solo goiano, contou com as presenças do presidente da República, Jair Bolsonaro; do ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas; e do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. O evento ocorreu no ponto onde a linha férrea se conectará futuramente à Ferrovia Norte-Sul (FNS), e integra a programação do Setembro Ferroviário, mês dedicado pelo Governo Federal à expansão do transporte por trilhos no país.

“A Fico vai ligar o Vale do Araguaia à [Ferrovia] Norte-Sul e, futuramente, ao litoral da Bahia, por meio da Fiol [Ferrovia de Integração Oeste-Leste]. É o início de um corredor logístico que integrará o Brasil de leste a oeste. A gente vai ver a carga do Centro-Oeste saindo pelo Porto de Santos (SP), de Itaqui (MA) e, muito em breve, pelo de Ilhéus (BA). Aqui em Mara Rosa, estamos vendo surgir o futuro”, ressaltou Tarcísio Freitas.

O ministro destacou a forma como o projeto foi viabilizado. “Serão investidos nesta obra R$ 2,7 bilhões da outorga da renovação antecipada do contrato com a Vale pela Estrada de Ferro Vitória-Minas. Ou seja, graças ao mecanismo de investimento cruzado, a contrapartida no contrato de uma ferrovia está viabilizando um novo projeto para a expansão da nossa malha ferroviária”, explicou.

“E o mais importante: vai possibilitar a abertura de 4.600 novos postos de trabalho, na obra e em serviços relacionados a ela, em sua área de influência. E é isso que queremos, gerar emprego e renda a partir da expansão do transporte por trilhos, o que garantirá o escoamento de nossa produção, com frete mais baixo, aumentando a competitividade dos produtos brasileiros no mercado internacional”, completou.

SUSTENTABILIDADE E EXPANSÃO – A Valec é a empresa pública que detém a concessão da futura ferrovia e conduzirá a obra, cujos primeiros 383 quilômetros devem ser implantados em até cinco anos, conforme prevê o contrato. Coube à estatal elaborar os estudos de viabilidade técnica, econômica e ambiental (EVTEA); o projeto básico, que indica o traçado que a linha férrea deverá percorrer; e obter a licença de instalação junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que permitiu a execução da obra.

Conforme a empresa, os projetos da Fico foram adequados para garantir a sustentabilidade do empreendimento. Houve a redução da quantidade de aterros previstos nos quilômetros iniciais da ferrovia com altura superior a 20 metros, o que permitirá a travessia de animais de um lado a outro da linha férrea e minimizará possíveis acidentes. Deve-se destacar ainda os benefícios do empreendimento para o agronegócio da região Centro-Oeste, onde há uma demanda reprimida por transporte ferroviário de cargas. A alta produção agrícola regional terá vasão e o alto custo do frete será remediado, tendo em vista que a linha férrea abrirá várias opções para o escoamento da safra.

Devido à relevância da Ferrovia de Integração Centro-Oeste, ao dar início à construção dos primeiros 383 quilômetros da Fico, o ministro da Infraestrutura informou que já estão em andamento tratativas para expandir a linha até Lucas do Rio Verde (MT). Projeto neste sentido, por meio do novo instrumento da autorização ferroviária, é avaliado pelo MInfra.

Na abertura do Setembro Ferroviário, a VLI Logística apresentou proposta para investir R$ 6,4 bilhões na construção e operação de trecho com 557 km de extensão, a ser criado entre Lucas do Rio Verde e Água Boa. Segundo a proposta, esse segmento da Fico vai oferecer uma nova opção logística para o escoamento de cargas, principalmente de grãos, pelo Arco Norte do país. O traçado tem sinergia operacional junto à FNS.

Nos primeiros sete dias de vigência do novo instrumento das autorizações ferroviárias, o MInfra recebeu 11 pedidos de investidores privados interessados em operar ferrovias em 10 unidades da Federação A pasta aguarda novas solicitações serem protocoladas nos próximos dias. “São investimentos que, juntos, vão superar os R$ 60 bilhões”, concluiu.

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