Presidente da Codesp culpa ações trabalhistas por prejuízo de R$ 22 mi

Os gastos com ações trabalhistas são os responsáveis pelo prejuízo registrado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) no ano passado, afirmou o presidente da estatal, José Alex Oliva. O balanço contábil da empresa, divulgado ontem, apontou um deficit de R$ 22,46 milhões no período. Trata-se do segundo resultado negativo consecutivo, mas inferior ao registrado no exercício anterior, em 2015, de R$ 94,92 milhões.



Oliva, que esteve ontem na 23 edição da feira Intermodal South America, ocorrida em São Paulo, explicou que após o balanço de 2015, a equipe dele trabalhou para fechar o ano sem perdas, apesar de também não esperar ganhos. “O problema é que estamos pegando um passivo trabalhista de 2010, 2011 e 2013. Existe um indústria de ações trabalhistas e nós sabemos disso. Estamos atentos, pois sabemos que, se nada for feito, a empresa quebra”, disse.




O presidente da Docas explicou que as despesas com essas ações foram de R$ 200 milhões no ano passado. Entretanto, para o atual exercício, a projeção é que esses gastos cheguem a R$ 500 milhões. “Existe uma cultura de que funcionário da Codesp é funcionário público e tem estabilidade. Isso não é realidade. Há concurso, mas os empregados são regidos pelas leis trabalhistas”, destacou. Uma espécie de pente fino está sendo feito na estatal.




Em 2016, ao menos 26 funcionários foram demitidos a partir das ações que visam minimizar os gastos com intercorrências trabalhistas. “Um dos empregados faltou 219 dias no ano, outro, 99 dias, e outro, 69. Tem outro que nos apresentou 100 atestados médicos e trabalhou apenas 52 dias. Nas nossas contas, ele ganhou mais que um salário mínimo por dia trabalho. Isso colaborou e muito com o nosso prejuízo, por isso estamos acabando com a crença”, disse.




No último mês, outros 17 empregados foram dispensados, segundo Oliva, por apresentarem práticas semelhantes. Hoje, acontece uma audiência pública na Câmara para discutir a questão com entidades sindicais representantes dos trabalhadores.




A expectativa do presidente, a partir desse contexto, é encerrar o ano no azul. “Isso se não recebermos uma ação trabalhista de R$ 125 milhões como prevemos. Mas vamos negociar”, afirmou.




Outros números  




Além dos problemas internos, Oliva entende que o cenário econômico contribuiu para os valores negativos. O balanço mostra que a receita operacional líquida caiu de R$ 810,7 milhões para R$ 740,48 milhões. Neste universo, a receita obtida com os arrendamentos caiu de R$ 407,94 milhões para R$ 326,34 milhões. Para o executivo, estes números devem melhorar com os recentes investimentos na área e a retomada do mercado.




Outro fator que ajudou a Docas a ter prejuízo foi a alta dos gastos operacionais, que saltaram de R$ 439,57 milhões para R$ 489,33 milhões. As despesas administrativas foram de R$ 196,06 milhões para R$ 220,24 milhões. “Gastamos com aquilo que foi necessário, com a dragagem, cujo contrato teria que ser pela (extinta) SEP, e com os estudos da USP (Universidade São Paulo), sobre a os impactos da dragagem na região e a capacidade operacional do canal do Porto”, disse.


Fonte: A Tribuna, 6/4/2017.



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