Plano de Dilma para ferrovias é enterrado
O governo acabou de vez com a possibilidade de abrir as ferrovias do País para um modelo aberto de operação, no qual diferentes empresas poderiam contratar a capacidade de transporte da malha federal e, a partir daí, fazer uso dos trilhos para o transporte de carga. Com a decisão, o governo esvazia um pouco mais as atribuições da estatal Valec, responsável pela gestão das ferrovias.

Segundo fontes do governo, a medida faz parte de um movimento do Palácio do Planalto para enxugar a estrutura da Valec, eliminando cargos da estatal. Neste mesmo caminho está a Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada em 2012 para cuidar dos estudos do trem-bala, projeto que foi abandonado, e que depois passou a cuidar do “planejamento integrado de logística no País, interligando rodovias, ferrovias, portos, aeroportos e hidrovias”.

Na quinta-feira, o plano desenhado para as ferrovias pela ex-presidente Dilma Rousseff foi enterrado de vez. Por meio de um decreto 8.875 publicado no Diário Oficial da União, o governo cancelou os efeitos de outro de decreto (8.129/2013), que instituía o chamado “open access” e atribuía à Valec a missão de administrar a exploração aberta das estradas de ferro. Com a decisão, fica mantido o modelo atual de outorga ferroviária, no qual o governo concede determinado trecho de ferrovia para uma única empresa, que passa a ser responsável por sua operação e manutenção.

A Valec não comentou o assunto. Por meio de nota, o Ministério dos Transportes informou que, “após mais de dois anos de edição do decreto que instituiu a política de livre acesso, mesmo com a realização de estudos no âmbito da primeira etapa do Programa de Investimento em Logística (PIL), não se logrou a realização de novas outorgas da infraestrutura ferroviária”.

A proposta previa que a Valec atuasse como uma intermediária das transações de transporte, comprando a capacidade logística de empresas que responderiam pelos trechos e revendendo para terceiros, os donos das cargas. Segundo o ministério, o fracasso da tentativa está atrelado à “ausência de suficiente previsibilidade fiscal para a aquisição de capacidade pela empresa estatal, o que se agravou diante da atual crise econômica” e afastou o interesse de investidores.

“Desta forma, fez-se premente que fossem avaliados distintos modelos para o alcance dos objetivos de ampliação da infraestrutura e da ampliação da capacidade de transporte”, declarou o ministério. “O referido decreto tornou-se incompatível com a nova perspectiva de concessões ferroviárias e por isso precisava ser revogado.” Apesar de permanecer com o “modelo vertical” de operação ferroviária, o governo afirma que o acesso de outras empresas à malha está garantido, “por meio do compartilhamento da infraestrutura ferroviária, na modalidade de tráfego mútuo e de direito de passagem”.

Fonte: Estadão, 14/10/2016.

Leia Também Outras Notícias

Agência Porto
| 19 Set, 2024

Acordo incentiva micro e pequenas empresas do Norte e Nordeste a ampliar exportações

Leia mais
Agência Porto
| 19 Set, 2024

Presidente da CODEBA participa de seminário que discute possibilidades de negócios entre Bahia e Bulgária

Leia mais
Agência Porto
| 19 Set, 2024

Sistema Transporte lança segunda edição do Guia de Boas Práticas de Proteção de Dados no Setor

Leia mais

Como podemos ajudar?

Conte como podemos auxiliar com um dos nossos serviços e soluções.

Solicite um orçamento

Este site usa cookies para personalizar conteúdo e analisar o tráfego do site. Conheça a nossa Política de Privacidade.