O mercado brasileiro de soja vem apresentando escassos negócios e preços elevados. Este desempenho é reflexo da falta do produto. Animados pelas boas cotações, os produtores aceleraram as vendas tanto da safra 2019/20 como da 2020/21. A comercialização da safra 2020/21 de soja do Brasil envolve 55,1% da produção projetada, conforme relatório de SAFRAS & Mercado, com dados recolhidos até 6 de novembro. No relatório anterior, com dados de 9 de outubro, o número era de 52,9%.
Em igual período do ano passado, a negociação envolvia 34,6% e a média para o período é de 30,3%. Levando-se em conta uma safra estimada em 133,517 milhões de toneladas, o total de soja já negociado é de 73,557 milhões de toneladas. A venda para 2019/20 subiu de 98,4% no início de outubro para 98,7%. A comercialização está acelerada na comparação com o ano anterior, quando o índice era de 95,2%, e também supera a média normal para o período, de 93,7%.
Com a safra projetada em 125,339 milhões de toneladas, o total já negociado por parte dos produtores chega a 123,667 milhões de toneladas. As cotações domésticas voltaram a bater recorde na semana passada no Brasil, refletindo esse quadro de escassez. Os produtores priorizam o plantio, enquanto os compradores mais necessitados já estão buscando alternativas externas para se abastecer.
O preço, ainda que nominal, superou a casa de R$ 180,00 a saca em algumas regiões do Centro-Oeste. Em Chicago, o bushel rompeu o patamar de US$ 11,00 pela primeira vez desde julho de 2016, impulsionado pela demanda nos Estados Unidos, inclusive com venda ao Brasil.
Fonte: Agência Safras, 06/11/2020.