SC tem uma das maiores movimentações de contêineres do Brasil

Paredões de contêineres, com altura de prédios de cinco a seis andares, se estendem pelo horizonte e refletem nas águas da Baía da Babitonga e Rio Itajaí-Açu. Os avanços dos terminais privados situados no Norte de Santa Catarina e o movimento das operações mostra que a crise chegou, mas não atracou.


Mais que opções de terminal de importação e exportação, os portos apresentam alternativas que alavancam a economia do estado e trazem ao mercado um modelo eficiente para as empresas com presença internacional, diante da sucateada infraestrutura portuária espalhada pelo país.


Segundo o diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, 57 anos, apesar do momento econômico os acionistas da empresa decidiram manter os investimentos previstos por conta do planejamento, que trabalha com uma perspectiva de longo prazo. No ano passado, o terminal, que absorve a maior demanda no estado, investiu na compra de equipamentos e na ampliação do terminal de Navegantes, que dobrou a capacidade estática de 15 mil para 30 mil TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit, unidade equivalente a 20 Pés).


A empresa registrou 40% de crescimento no primeiro semestre deste ano. A liderança na participação de mercado na movimentação de contêineres, em Santa Catarina cresceu. A posição de primeiro lugar no Estado, mantida desde 2010, chega a 54%, segundo Datamar.


O terminal integra o Complexo Portuário do Rio Itajaí-Açu, que é o segundo maior movimentador de contêineres do país, com uma fatia de 13% da movimentação nacional. “Com relação a corrente de comércio em 2015, foram movimentados pela região US$ 13,17 bilhões, o equivalente a 78,32% de toda a movimentação do estado e 4,62% do país”, explica Ribas.


A empresa atua no escoamento da produção das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, além de outros países da América do Sul, bem como no recebimento de cargas de todo o mundo.


Desde o início das operações, a empresa movimentou mais de 5 milhões de TEUs e recebeu mais de 4,6 mil navios. “Faço parte desde o início da implantação do projeto, muito antes dele virar realidade. Em quase nove anos, a Portonave já realizou a sua primeira fase de expansão e tem condições de crescer ainda mais”, afirma o diretor. A empresa detém o recorde sul-americano de produtividade de navio desde outubro de 2014, com a marca de 270,4 mph (movimentos por hora).


“Concluímos no ano passado a área de expansão, dobrando a capacidade estática e o processo de eletrificação dos nossos pórticos para contêineres sobre pneus (RTGs) em um investimento na ordem de R$145 milhões”, disse.


Entre as principais obras de infraestrutura do terminal estão a dragagem de aprofundamento para menos 14 metros e a nova bacia de evolução. “Teremos no futuro a necessidade de operar navios de maiores proporções, com consequente redução de custos pela economia de escala”, afirma. A bacia de evolução, de responsabilidade do governo estadual na primeira fase, tem a conclusão prevista para outubro de 2017 e irá viabilizar a operação de navios com até 336 de comprimento, com investimento previsto de R$ 103 milhões.


Para o próximo ano, Ribas tem uma perspectiva otimista por conta do potencial do segmento portuário da região. “Vemos um 2017 desafiador e de competição intensa por maior eficiência e produtividade”, disse.


Adaptação


O Porto de Itapoá busca alternativas para crescer e investe no projeto de ampliação do terminal para atender à demanda das empresas catarinenses, apesar das dificuldades da economia brasileira.


O presidente, Patricio Junior, 55 anos, explica que foram feitas adaptações nas operações para encarar a mudança de cenário no mercado interno. “Mesmo tendo números positivos, em termos de volume, também fomos afetados [pela crise] em relação ao tipo de carga. A importação foi reduzida drasticamente, por outro lado, o número de exportações aumentou, no entanto, o faturamento desta movimentação é bem menor. Uma das alternativas adotadas foi focar nesta demanda de exportação buscando o maior volume possível”.


Com cinco anos de operação, o porto se consolidou como o sexto do país em movimentação de contêineres, segundo a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (ANTAQ), sendo o primeiro em ocupação de sua capacidade que é de 500 mil TEUs por ano.


Em 2015, registrou um aumento de 14% no volume de cargas, com um total de 548.463 TEUs (medida padrão para contêineres) movimentados comparado com o mesmo período em 2014. Neste ano, a movimentação nos primeiros seis meses foi de 280 mil TEUs. TEUs é a medida padrão para contêineres de 20 pés.


As obras de expansão devem iniciar ainda neste ano e têm o prazo de conclusão estimado entre 3 a 5 anos. “2017 será um ano de obras e nosso maior desafio no próximo ano é mantermos um alto nível operacional ao mesmo tempo em que as obras de ampliação do Porto estão sendo tocadas do outro lado da cerca. Pela nossa capacidade atual de pátio esgotada não conseguimos visualizar um grande aumento no volume das cargas, mas estamos otimistas em relação ao mix dessas cargas com valor agregado maior que as movimentadas em 2015 e 2016”, explica Junior.


Ao final da expansão, o Porto Itapoá deverá ter capacidade para movimentar 2 milhões de TEUs por ano. “Isso torna o porto como um dos maiores movimentadores de cargas do continente”, aponta o presidente. Dos atuais 150 mil m², a área de armazenagem irá ter 452 mil m².


O local possui a capacidade para até 500 mil contêineres por ano, com produtos de várias empresas, entre elas a de frigorífico JBS, BRF, Seara e Aurora, a montadora alemã BMW, as empresas WEG e Whirlpool.


O Porto Itapoá é um projeto iniciado na década de 90 e começou as operações em 2011. Tem como controladores a Aliança Navegação, a Logz Logística Brasil S/A e o grupo empresarial catarinense Batistella. Em 2014, foi eleito o melhor e mais eficiente terminal do país, segundo pesquisa do Instituto Ilos.


Fonte: G1, 09/09/2016.


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