Sem acordos bilaterais, movimentação no trade ‘Mercosul’ cai quase 70%
A Associação Brasileira de Armadores de Cabotagem (Abac) registrou crescimento de 5,5% na movimentação do transporte utilizando o modal no segundo trimestre de 2022. Foram 319.000 TEUs, ante 302.200 TEUs no mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação, houve aumentos de 5% das cargas domésticas (entre portos brasileiros), passando de 130.900 TEUs para 139.000 TEUs. Já as cargas feeder (carga transbordadas) tiveram 6,2% de incremento, 171.300 para 179.900 TEUs. A movimentação das empresas brasileiras de navegação (EBNs) no trade ‘Mercosul’ (cargas para Argentina e Uruguai), porém, registrou queda de quase 70%: 26.101 TEUs, contra 85.448 TEUs entre abril e junho do ano passado.

A Abac avalia que a decisão tomada pelo governo brasileiro de não renovar o acordo bilateral para transporte marítimo com a Argentina e com o Uruguai confirmou os alertas da associação e trouxeram uma queda significativa nos negócios nas empresas brasileiras que operam nesse trade. O reflexo do fim dos acordos já havia sido sentido pelo segmento no primeiro trimestre deste ano. "As cargas [Mercosul] não desapareceram, mas, infelizmente, passaram para empresas estrangeiras, com prejuízos para as empresas brasileiras de navegação", comentou o diretor-executivo da Abac, Luis Fernando Resano, à Portos e Navios.

Resano atribuiu como um dos principais fatores para o crescimento da cabotagem a continuação do trabalho das EBNs de conquistar novos clientes fazendo a migração do transporte rodoviário para o transporte multimodal. A Abac também observa alguns sinais de retomada da economia contribuindo com os resultados nos transbordos. "As cargas feeder crescendo demonstram que país está retomando a economia e mais cargas são necessárias, para importar ou exportar, usando os portos hub", analisou.

Em outubro do ano passado, o governo brasileiro revogou os acordos bilaterais de comércio marítimo que o país firmou nas décadas de 1970 e 1980, respectivamente, com o Uruguai e a Argentina. O decreto 10.786/2021 tornou pública a decisão do Brasil de não renovar a vigência do convênio com os dois países. O termo firmado com os uruguaios, em 1975, perdeu a vigência a partir da publicação do decreto. Já o acordo entre Brasil e Argentina, estabelecido em 1985, foi revogado no último dia 5 de fevereiro.

Semestre positivo

De janeiro a junho deste ano, o modal registrou o terceiro melhor primeiro semestre desde 2011 em movimentação: 657.800 TEUs, atrás apenas do primeiro semestre de 2021 (735.800 TEUs) e do primeiro semestre de 2019 (665.200 TEUs). Nos seis primeiros meses de 2022, as EBNs operaram 338.900 TEUs no segmento doméstico, 269.900 no feeder e 49.000 TEUs no trade Mercosul. Em 2021, as EBNs movimentaram um total de 1.563,1 mil TEUs, somando trades doméstico, feeder e Mercosul.

Fonte: Portos e Navios

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