Técnica inédita de dragagem desobstrui acesso ao Complexo Portuário de Itaguaí
Implementada pelo Porto Sudeste, solução inovadora propiciou o içamento de parte de uma rocha que estava em canal subaquático, sem usar nenhum explosivo e com total segurança para os profissionais envolvidos e sustentabilidade para o meio ambiente

Parte de uma rocha submersa no canal aquaviário, que dá acesso ao Complexo Portuário de Itaguaí, no município de Itaguaí (RJ), foi retirada com a implementação, por parte do Porto Sudeste, de um projeto inédito no mundo, desenvolvido e liderado pela Umisam Hidrografia e Engenharia.

Aproximadamente 35 pessoas – entre profissionais do terminal portuário e da empresa especializada contratada para a operação – trabalharam na realização da técnica inovadora de corte subaquático, com a utilização de fio diamantado para o içamento da rocha, tornando a derrocagem mais segura e sustentável. Ao final desse processo, o objetivo foi oferecer mais segurança na navegação e redução do tempo de entrada e saída de navios, aumentando a profundidade do trecho de 19,5 metros para 20 metros.

Mesmo que os custos tenham ficado, integralmente, a cargo do Porto Sudeste, a obra vai favorecer os demais terminais portuários que utilizam esse trajeto, considerando que a nova medida permite que os navios sejam carregados em sua capacidade total.

“Os investimentos superaram os R$ 15 milhões, entre o serviço e o monitoramento ambiental, fora os custos com os testes da nova técnica em mar e os estudos ambientais que possibilitaram licenciar a técnica inovadora”, contou Ulisses Oliveira, diretor de Relações Corporativas e Sustentabilidade do Porto Sudeste, à Portos e Navios. 

Segundo ele, a quantia desembolsada incluiu desde os testes e estudos ambientais, que demonstraram a eficiência sustentável da solução inédita, passando pelo também inédito licenciamento e pelo cumprimento das condicionantes da licença ambiental emitida. 

A operação

Com início em 4 de agosto de 2021, a operação foi concluída em 6 de junho deste ano. “As atividades só ocorriam durante o dia e o processo do corte submerso da rocha, em si, durava de três a quatro horas diárias. O restante da operação consistia na preparação e posicionamento das embarcações e dos equipamentos”, informou Oliveira. 

Como a técnica era inédita, houve a necessidade de realizar testes e estudos que atestassem sua eficiência. “O principal diferencial é o baixíssimo impacto ambiental da operação, já que o corte age por incidência mecânica, sem uso de explosivos ou massa expansiva”, relatou o diretor.

De acordo com ele, a interação com a fauna e flora marinha não gerou qualquer impacto negativo, levando em conta que os monitoramentos ambientais mostraram que os níveis de ruído e qualidade da água estiveram dentro dos melhores parâmetros. “Outro desafio era que o serviço fosse realizado sem a interrupção do tráfego do canal e sem alterações na rotina da comunidade pesqueira.”   

Demanda surgiu em 2008

A necessidade de realizar a decorragem da rocha submersa surgiu em 2008, após uma dragagem que pretendia deixar o canal de acesso ao Porto de Itaguaí com 20 metros de profundidade. No entanto, essa dragagem fez aparecer um afloramento rochoso, que estava a 19,5 metros de profundidade.

“A demanda teve início em 2013, por meio de uma solicitação do governo federal via INPH (Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias). Desde então, foram feitas algumas tentativas para remover essa rocha, mas todas se mostraram ineficientes ou apresentavam alto risco ambiental”, contou.

Após dez anos da descoberta do afloramento rochoso no canal é que foi desenvolvida, em 2018, a técnica específica e inovadora para fazer essa decorragem. “A partir daí, foram realizados testes prévios para garantir sua eficácia. Depois dos testes, foram emitidas as autorizações para que a atividade fosse realizada”, informou Oliveira.   

Conforme o diretor, não é possível estimar eventuais prejuízos com os navios operando sem a capacidade total. “Porém, esse pequeno aumento de calado, por si só, permitirá a utilização plena da capacidade dos maiores navios graneleiros, já autorizados para a região (Cape Size), otimizando os custos de frete. Outro efeito será a redução do tempo de espera para as manobras de atracação e desatracação.”     

Novas possibilidades

Com o novo calado será possível proporcionar mais segurança na navegação. “Obviamente que se vê a possibilidade de aumento do calado operacional, dos atuais 17,8 metros para 18,2 metros, mas isso ainda depende de algumas simulações e aprovações com a Praticagem e a Marinha do Brasil”, ponderou.  

Apesar de a Marinha do Brasil já ter aceitado o levantamento batimétrico, que indica que a profundidade do canal está em 20 metros, a definição do novo calado ainda depende de simulações e aprovações da autoridade marítima”, disse o diretor de Relações Corporativas e Sustentabilidade do Porto Sudeste.

Fonte: Portos e Navios

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