Terminais começam a registrar chegada de caminhões ao cais
Pelo menos 54 milhões de toneladas de granéis sólidos de origem vegetal, como açúcar, soja e milho, serão embarcados no Porto de Santos neste ano. Todo este volume deverá ter sua chegada ao cais santista agendada, para que possa ser descarregado nos armazéns portuários. Pela primeira vez, este processo será feito pelos próprios terminais. A novidade é consequência da implantação da primeira etapa do projeto Cadeia Logística Portuária Inteligente (Portolog), do Governo Federal, na região.

Quando estiver totalmente implantado, o Portolog permitirá o acompanhamento do transporte rodoviário das cargas desde as zonas produtoras até os terminais marítimos, de modo a organizar seu escoamento e garantir que a chegada ao cais não provoque congestionamentos nas estradas locais. Além de áreas públicas do Porto, terminais e pátios, o programa cobrirá os corredores rodoviários do País. Para tanto, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) e a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) participam da iniciativa.

Mas, enquanto isso não acontece, para assegurar a vinda desse volume recorde de cargas sem a formação de filas nos acessos ao cais, o Plano Safra 2017 foi discutido ontem por autoridades e empresários do setor, no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, no Porto. No evento, também estavam representantes dos governos Federal e Estadual e das prefeituras de Santos, Guarujá e Cubatão.

“É previsto um recorde na safra de granéis sólidos de origem vegetal. Então temos que nos preparar para que isso aconteça sem transtornos”, destacou o diretor de Relações com o Mercado e a Comunidade da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária), Cleveland Sampaio Lofrano.

Neste ano, entre os granéis sólidos, o milho deve apresentar a maior taxa de crescimento, que pode chegar a 45,8%. A previsão é de que sejam embarcadas 11,8 milhões de toneladas da commodity no Porto. Já a soja em grãos deve ter um incremento de 8,4% nos embarques, enquanto as operações de açúcar devem crescer 7,6%. Para esses produtos, as previsões apontam para o embarque de 15,6 milhões de toneladas e 22,1 milhões de toneladas, respectivamente.

Todo esse volume já começa a se intensificar neste início do ano. Mas o pico da movimentação de grãos, de acordo com a Docas, deve acontecer entre junho e agosto.

Durante o escoamento da última safra, os terminais encaminhavam à Codesp as planilhas com as previsões de recebimento de caminhões em janelas pré-definidas de seis horas. A Autoridade Portuária era a responsável pelo controle e pela fiscalização do cumprimento dos prazos.
Mas, desde dezembro, a regra mudou. Os terminais passaram a ter acesso ao Portolog, desenvolvido pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), sob a orientação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil.

Como funciona

De acordo com a coordenadora do Portolog na Codesp, Claudia Gomes, o sistema consiste na validação da capacidade diária de recebimento de caminhões nos terminais de grãos do Porto de Santos.

A partir do envio das previsões de chegada de cargas, o sistema informa quantos veículos podem ser recebidos. “Como é sabido que um caminhão cumpriu o agendamento? Assim que chega a um pátio regulador, é feito um rastreamento da informação, de data e hora, e o sistema informa para os órgãos de fiscalização se ele foi cumprido corretamente”, explicou Cláudia.

Atualmente, seis pátios reguladores são utilizados pelos caminhões que transportam cargas até os 12 terminais de grãos da região. Além disso, segundo a Codesp, outros quatro locais solicitaram credenciamento para atuarem como estacionamentos.

Punição

Cabe à Docas conferir se o agendamento dos caminhões está sendo cumprido. O trabalho é feito com o auxílio de câmeras instaladas ao longo dos acessos ao Porto, além dos sites de acompanhamento de informações em tempo real, como o da Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes.

De hora em hora, a situação dos pátios reguladores é avaliada, assim como a quantidade de caminhões que deixam essas instalações e seguem para os terminais. Em caso de descumprimento do agendamento, a informação é repassada para a Antaq, que autua a empresa infratora.

O terminal que desrespeitar a norma de agendamento e causar congestionamentos pode ser multado de R$ 1 mil a R$ 2 mil, por caminhão irregular, e entre R$ 10 mil e R$ 20 mil, por veículo que interromper o trânsito portuário.

Fonte: A Tribuna, 8/2/2017.

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