Acostagem, a arte marítima que garante a movimentação segura dos navios
Pouca gente sabe, mas mesmo com toda a tecnologia existente nos dias de hoje, a logística por trás da atracação e desatracação de navios envolve muitos mais atores do que se imagina. Trata-se de uma tarefa desempenhada por várias equipes, com profissionais especializados em diferentes ofícios. No Porto de Suape, o sucesso do trabalho dos práticos está diretamente atrelado ao desempenho destas equipes que atuam em barcos rebocadores. Estes barcos são de pequeno porte, possuem alta capacidade de manobra e motores de grande potência. As embarcações são projetadas para empurrar, puxar e rebocar navios em suas manobras, garantindo a segurança das operações e evitando acidentes que poderiam causar grandes prejuízos para o navio e para a instalação portuária.

Em Suape, duas empresas prestam este tipo de serviço. A Saam Smit, com três rebocadores (e mais um prestes a ser adquirido) e a Wilson Sons, com duas outras embarcações. Os tripulantes desses barcos variam, mas normalmente a tripulação é composta por um comandante, um chefe de máquinas e dois marinheiros responsáveis por executar a manutenção do barco. O trabalho é árduo. Geralmente passam sete dias na ativa e sete dias em terra. Nos dias em que estão prestando serviço, os tripulantes devem estar atentos 24h, à postos para a qualquer momento realizar uma nova manobra.

É o tipo de trabalho que exige precisão e rapidez. No mar, quando uma nova operação vai acontecer, o comandante do barco rebocador é acionado via rádio VHF (very high frequency ou alta frequência) pela praticagem, quando o navio está em média a 600 metros do ponto de atracação para auxiliar na finalização da manobra. A comunicação entre o prático e o comandante do rebocador deve acontecer em sincronia perfeita.

A partir do momento em que o navio chega ao porto, os rebocadores atuam praticamente parados, agindo contra o casco do navio e lentamente o ajudam a atracar. Em seguida, são lançadas as cordas que irão tracionar o navio, uma à frente e outra atrás se necessário. Enquanto isso, também se houver necessidade, um terceiro rebocador se aproxima do costado do navio agindo como empurrador.

“É um trabalho de equipe. Recebemos a instruções do prático pelo rádio e também acompanhamos uma programação online. O Porto de Suape possui boas condições de navegação, com águas calmas e, na maioria dos dias, boas condições de vento. Mas também existem ocasiões em que as condições do tempo mudam, exigindo ainda mais a nossa atenção e cuidado para que as manobras aconteçam sem causar danos. É um trabalho de imensa responsabilidade. São equipamentos de alto valor, cargas valiosas e, acima de tudo, prezamos pela manutenção da estrutura portuária”, contou Ivo dos Santos, 34 anos, Comandante do Rebocador Alcântara, da empresa Saam Smit.

Para entrar neste universo é preciso ingressar na Marinha Mercante do Brasil e seguir se aperfeiçoando. Este foi o caso de Rinaldo Alves, marinheiro do Rebocador Alcântara e morador da Vila Nazaré, no Cabo de Santo Agostinho. Segundo ele, entrar para a Marinha foi algo inesperado em sua vida. “Meus primos me chamaram para fazer o teste. Não esperava, mas acabei sendo aprovado. Moro na região e como fico sete dias no mar e sete dias em terra, aproveito para exercer minhas outras paixões nos meus dias de folga. Sou pintor e professor de capoeira para os alunos da comunidade. Me apaixonei pelo mar e por minha profissão e residir tão perto do porto é uma facilidade enorme. De casa, vejo os navios chegando e saindo e penso como nossa profissão é importante”, completou, Rinaldo.

Fonte: Ascom Suape, 21/11/2017.

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