A Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) aguarda a liberação de uma verba de R$ 10 milhões, que será utilizada na implantação do Sistema de Gerenciamento de Informações do Tráfego de Embarcações (em inglês, Vessel Traffic Management Information System ou VTMIS) do Porto de Santos. Enquanto isso, a Autoridade Portuária negocia a implantação das torres de monitoramento do cais santista.
Segundo o diretor de Operações Logísticas da Docas, Carlos Henrique de Oliveira Poço, o VTMIS entrará em operação até o fim deste ano. Depois, haverá mais dois anos de atividade assistida do sistema.
O novo serviço permitirá ao complexo portuário ter, em tempo real, informações de todas as embarcações que estão no canal de navegação, no fundeadouro (na Barra de Santos) e no Canal de Piaçaguera, em Cubatão. E será possível saber precisamente a posição de cargueiros e até pequenos caiaques.
Dos R$ 31 milhões que serão investidos no sistema de monitoramento, apenas R$ 7 milhões já foram pagos ao consórcio Indra VTMIS Santos, contratado para a implantação do serviço. O restante precisa ser repassado até o fim deste ano.
Além disso, serão necessários novos investimentos, segundo o diretor da Docas. “Para continuar esse projeto, é fundamental que esse dinheiro venha porque nós precisamos fazer aditivos no contrato da Indra. Tem coisas que não estavam previstas”.
Entre elas, estão a implantação de um sistema elétrico em uma área do Exército, onde será instalada uma torre de monitoramento. Isto custará cerca de R$ 1,5 milhão.
“No longo prazo, a gente ganha muito economicamente. A instalação desse sistema é mais barata do que manter um gerador 24 horas por dia, operando a diesel. O custo disso é muito maior e, fora isso, fazemos a contrapartida para o Exército”, explicou Poço.
Até o final deste ano, a Docas pretende ter concluído as obras necessárias para a implantação de quatro estações remotas do VTMIS. A da Ilha Barnabé, chamada Delta, já está pronta.
O local vai abrigar um radar, que possibilitará o rastreamento de embarcações, câmeras de longo alcance e com visão noturna e um transponder AIS (que identifica automaticamente navios que têm esta tecnologia por meio de satélite).
Atualmente, a Autoridade Portuária trabalha na liberação das áreas para a construção das demais estações remotas. Uma está em negociação na costa de Guarujá, outra ficará na Ponta de Itaipu (Praia Grande) e haverá mais um nos arredores do terminal da Dow Química (na entrada do canal, em Guarujá).
Uma dessas áreas é particular. E a Docas está negociando a implantação da estação. Mas, para isso, segundo Poço, é preciso orçar o investimento.
“O perito fez a avaliação, mas considerou apenas o metro quadrado da área. Não avaliou que tem um interesse público em jogo, aí o preço é diferente. Ele só avaliou o valor venal do metro quadrado e há a necessidade de uma avaliação mais profunda. É o que estamos fazendo”, destacou o executivo.
Obras
A previsão é de que as obras nesses locais ocorram ainda neste semestre. Isto será necessário para a instalação dos equipamentos do VTMIS.
Assim como a estação Delta na Ilha Barnabé, as outras três terão radares, câmeras de alta definição e transponderes AIS para a coleta de dados das embarcações. Isso permitirá à central acompanhar a posição, a velocidade e o registro dos cargueiros em tempo real. O radar identificará embarcações que não emitam sinais por transponder.Logo que uma delas for localizada, a câmera apontará diretamente para ela, ampliando a segurança do tráfego na região.
“O nosso temor é que a chegada do radar demore cerca de seis meses porque é importado. Com medo de não chegar a tempo, a gente antecipou. Ele veio mais rápido do que a gente esperava. Todos os radares a gente já tem. E os equipamentos já mandamos vir. Quando todas as torres estiverem operacionais, é só colocar tudo em funcionamento”, disse o diretor de Operações Logísticas da Docas.
Fonte: A Tribuna, 5/3/2018.