O Ministério de Portos e Aeroportos autorizou investimentos de mais de R$ 1,5 bilhão de recursos privados para projetos de modernização de portos em São João da Barra (RJ) e em Santos (SP). As autorizações fazem parte de um pacote nacional, lançado no início deste mês pelo ministro Silvio Costa Filho, que totaliza, apenas nesta fase, R$ 4,7 bilhões em investimentos do setor produtivo para modernizar a infraestrutura portuária em várias regiões do Brasil.
O Terminal de Combustíveis Marítimos do Açu (Tecma), na cidade de São João da Barra (RJ), receberá R$ 275,3 milhões para ampliação de sua capacidade de movimentação de granéis líquidos. O investimento, que representa o primeiro termo de apostilamento do terminal, expandirá a infraestrutura dedicada para importação e comercialização de combustíveis marítimos.
O Tecma possui flexibilidade operacional para entregar combustível marítimo MGO (óleo diesel marítimo) tanto no Porto do Açu quanto offshore, diretamente às plataformas petrolíferas, posicionando o terminal como hub estratégico para abastecimento de embarcações e operações marítimas.
Já no Porto de Santos (SP), o maior da América Latina, o investimento autorizado chega a R$ 1,24 bilhão e será direcionado à modernização da estrutura voltada ao transporte de passageiros. O “Projeto Santos + Vivo” prevê a construção de um novo terminal de cruzeiros na Ponta da Praia, com uma área de 294 mil metros quadrados, ampliando a capacidade de atendimento ao turismo marítimo e fomentando a economia local.
Terminais de uso privado
Durante a cerimônia de assinatura de novas autorizações portuárias, realizada no dia 9 de junho, o ministro Silvio Costa Filho reforçou o papel estratégico dessas autorizações. “Além dos R$ 4,7 bilhões de recursos movimentados com as autorizações assinadas nesta solenidade, até o final do ano devem ser autorizados projetos no valor de mais de R$ 5 bilhões; ou seja, a autorização de contratos destinando mais de R$ 10 bilhões para o setor portuário”, destacou.
Já o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, ressaltou que os investimentos privados vêm mostrando a força do modelo portuário brasileiro e o papel complementar entre portos públicos e privados. “Ao contrário do que já se pensou, não há uma disputa entre portos públicos e portos privados, mas sim iniciativas que se complementam. Quando se olha para a matriz de movimentação de carga do nosso país, vê-se que 65% das nossas movimentações são realizadas nos terminais de uso privativo, o que mostra essa dimensão e essa importância”, disse.
Mais investimento no Sudeste
O Sudeste também avança em outras frentes de modernização portuária. Em fevereiro deste ano, os governos Federal e do Estado de São Paulo assinaram a prorrogação da delegação do Porto de São Sebastião, estendendo sua operação até 2057. O objetivo, segundo o ministro Silvio Costa Filho, é viabilizar um grande projeto para transformar São Sebastião em um hub logístico de operações de contêineres, reforçando o papel estratégico da região no desenvolvimento econômico nacional.