Projeto busca compreender como os portos brasileiros trabalham com as tecnologias de integração
Uma das pesquisas desenvolvidas no Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária da USP ganhou o prêmio do 3º Congresso Nacional Integra Portos por boas práticas de tecnologia em Port Community Systems (PCS). O sistema desenvolvido facilita a troca de dados e a colaboração entre inúmeros atores da comunidade portuária, como terminais, autoridades, transportadores e agentes aduaneiros. O objetivo do projeto é otimizar a eficiência e a interoperabilidade das operações ocorridas nos portos.

O professor Daniel Mota, do Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP e coordenador do Centro de Inovação em Logística e Infraestrutura Portuária (Cilip), contextualiza a pesquisa. “Esse trabalho do PCS busca aumentar a eficiência das operações portuárias por meio da integração dos diferentes atores. Ou seja, integrar os terminais com a autoridade portuária, os armadores, a praticagem, todos trocando informações através da utilização de dados. Dessa forma é possível melhorar a eficiência porque a troca de informação é mais rápida.”

Levantamento de dados

O principal objetivo do projeto é identificar a maturidade que o Brasil possui em relação ao PCS, ou seja, o quanto dessas tecnologias de integração está sendo colocado em prática nos portos brasileiros. “No ponto de vista da complexidade, o Brasil herda o pior caso, devido à dificuldade de promover uma integração em portos como o de Santos, e isso é um grande desafio. Nesse caso, porque Santos é um porto multipropósito, em que atuam diferentes competidores, com um elevado volume de movimentações, importações e exportações.” “Então o Brasil tem, sim, algumas iniciativas nesse sentido, só que o que nós identificamos nesta pesquisa é que o próprio conceito, o próprio entendimento da extensão e magnitude que o PCS pode alcançar, ainda não é muito claro para a grande maioria da comunidade portuária”, afirma o professor.

Estrutura do trabalho

Priscila Bayer de Oliveira Simões, mestranda em Engenharia de Produção da Poli, membro do grupo de pesquisa e principal autora do trabalho, comenta como o projeto foi estruturado. “Realizamos uma revisão de literatura por análise de conteúdo, na qual identificamos alguns agrupamentos dessas boas práticas, que são: tecnologia, processos e pessoas. Por exemplo, a governança e colaboração multissetorial, essa é a mais importante que identificamos, porque é um sistema que envolve muitos membros e eles precisam estar bem regulados e funcionar bem juntos. Além disso, a melhoria contínua e o monitoramento desse ecossistema, a adoção de tecnologias e da inovação junto a esse conceito, o uso de dados e sua transparência e a interoperabilidade do sistema.”

A autora do projeto também menciona outros pontos analisados, como a adoção de tecnologias emergentes: a internet das coisas, inteligência artificial, blockchain, big data e 5G; a governança e infraestrutura de TI, análise de dados, segurança da informação, automação de processos, evolução de sistemas, treinamento dos usuários e análises de desempenho. “Muitas dessas análises que fizemos são pontos que podem ser melhorados nas operações portuárias. Então, a partir da aplicação das boas práticas identificadas, criamos oportunidades de aplicação dessas diferentes tecnologias.”

Pensando no futuro

Os projetos desenvolvidos pela pesquisa têm um viés de uma aplicação e de comunicação direta com a sociedade, independentemente, também, do setor que for aplicado. “O que vem pela frente é um futuro de inúmeras oportunidades. No caso do PCS, precisamos imaginar que ele atua como se fosse um grande integrador de dados, e nessa integração temos oportunidades em todas as áreas, tais como: produtividade e capacidade, sustentabilidade, meteorológica, tecnológica e tantas outras”, finaliza Mota.

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