O navio Nada, atracado no Porto de Santos com mais de 25 mil bovinos com menos de um ano de idade, pôde seguir viagem para a Turquia. A embarcação deixou a região por volta da 1 hora desta segunda-feira (5).
O Tribunal Regional Federal da 3ª Região revogou a liminar judicial que obrigava a embarcação a desembarcar o gado e determinou que a exportação dos animais seja realizada imediatamente. A decisão saiu às 19h50 deste domingo (4), após recurso da Advocacia-Geral da União (AGU).
A liminar determinou o imediato início da viagem, apenas, e não aborda a proibição da exportação de animais vivos em todo o território brasileiro, outra questão abordada na liminar do juiz federal Djalma Moreira Gomes, magistrado, da 25ª Vara Cível Federal de São Paulo.
Na nova decisão, o documento do TRF-3 afirma que "tendo em vista que encontrando-se completamente embarcada a carga viva e impossibilitada a limpeza do navio no porto de Santos, por questões ambientais (para não contaminar a costa brasileira), a permanência
no navio aguardando os procedimentos de reversão, que sequer encontram-se programados, provocará maior sofrimento e penoso desgaste aos animais do que o prosseguimento da viagem".
Protesto
Por volta das 22 horas, um grupo de cerca de 30 manifestantes em prol da causa animal se reuniu no cais santista, contra a nova decisão que libera a saída do navio e exportação dos milhares de bois que se encontram na embarcação.
Uma das manifestantes, a consultora de viagens Diana Galesso, de 37 anos, lamentou a decisão liminar e disse "não ter palavras" para
descrever o que ela e os demais ativistas estão sentindo.
"Nunca chegamos tão longe em uma ação ativista, em prol dos animais. Lutamos por todos os tipos, seja gato, cachorro ou os bois que estão aqui (no navio). Recebemos essa notícia como uma punhalada nas costas. Não tenho palavras para descrever a dor que a gente sente (pela certeza da morte dos bois). O sentimento é de impotência, de imaginar que isso ocorre para saciar o paladar de pessoas que ainda não despertaram para esta questão. Eles são criados para morrer", disse.
Fonte: A Tribuna, 4/2/2018.