Na semana passada, a Maersk estabeleceu sua visão estratégica para a nova estrutura da empresa, em um evento chamado “Capital Markets Day”. Segundo a TI (Transport Intelligence), publicação que avalia o mercado por meio de eventos e relatórios pontuais, o planejamento do armador passou duas impressões básicas: ambição e cautela. Apesar de incluir grandes propostas, o plano da gigante que acaba de abocanhar mais uma parcela do mercado marítimo após o anúncio de aquisição da Hamburg-Süd pode ser “capicioso”, afirma a TI.
A nova Maersk aspira uma atuação mais integrada. Na Europa, o armador deverá aumentar o tráfego de suas rotas pelos terminais APM, além de trabalhar para aumentar a atuação no transporte terrestre. A empresa também anunciou que deverá utilizar suas instalações de transportes para criar uma capacidade que o CEO Soren Skou comparou com a atuação dos sistemas hub-and-spoke (em projeto radial) da FedEx e da UPS. Mas a grande oportunidade, de acordo com Skou, será a possibilidade de vendas integradas, algo que favoreceria a Damco, braço de logística da própria Maersk, desde que as empresas se ligaram em setembro deste ano.
A companhia declarou, no entanto, que ainda vai manter o foco na atividade tradicional da empresa, que é a navegação em containers, mas com ênfase na competitividade de seus preços.
América Latina
Diante da incógnita que permeia o mundo da navegação ultimamente, Skou afirmou que a Maersk deverá criar uma plataforma de “dupla marca” na América Latina, uma forma que a companhia encontrou para continuar a explorar o seu posicionamento regional na América Latina, após a recente aquisição da Hamburg-Süd, um arranjo que a Maersk Line já havia feito antes na região da África com a compra da Safmarine.
De uma maneira geral, durante toda a apresentação, a companhia manteve a ênfase no fortalecimento de sua atuação por meio de aquisições, tanto no segmento de shipping quanto em terminais de container. Ainda assim, a empresa anunciou que pretende agora reduzir investimentos em portos e na navegação, uma vez que considera, assim como os demais players do setor, que já possui capacidade suficiente de crescimento no médio prazo.
Desta forma, a estratégia anunciada pela Maersk passa reforçou dois elementos: de um lado a intenção de fazer os ativos trabalharem mais intensamente para a competitividade da empresa e, de outro, a conquista do mercado por meio da aquisição de empresas.
Fonte: Guia Marítimo, 18/12/2016.