ANTT avalia pleito da Rumo de fazer extensão na Malha Norte
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) começou a avaliar um pleito apresentado pela concessionária de ferrovias Rumo para construção de uma extensão de aproximadamente 600 km de Rondonópolis até o centro do Estado do Mato Grosso. Conforme o Valor apurou, além do trecho Rondonópolis-Sorriso, uma alternativa em análise é um ramal de Rondonópolis a Lucas do Rio Verde. A definição do trajeto, contudo, não está fechada, com possibilidades de traçados ainda em estudo.

O trecho seria feito dentro do contrato de concessão da Malha Norte (antiga Ferronorte), sob administração da Rumo, e poderá, no futuro, se conectar à ferrovia Ferrogrão, projeto greenfield a ser feito entre Sinop (MT) e Miritituba (PA) e que está listado no Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

O objeto do contrato de concessão da Malha Norte prevê uma extensão - originalmente, até Santarém, no Estado do Pará. Mas o ramal nunca foi construído.

Um parecer jurídico da ANTT, contudo, apontou que a Rumo somente poderá, eventualmente, levar adiante sua proposta caso o trecho não tenha viabilidade econômica sozinho.

Se houver essa viabilidade, o governo pode pretender licitá-lo isoladamente, abrindo chances para outros investidores disputarem o negócio. A agência pediu um estudo preliminar à própria Rumo. De posse do resultado, fará uma análise de mérito para, finalmente, emitir um parecer conclusivo. Não há data para esse parecer. Preliminarmente, a Rumo trabalha com a perspectiva de iniciar essa operação por volta de 2022, com investimento na casa de R$ 7,5 bilhões.

"Todas as alternativas de traçado passam por Cuiabá e vão na direção central do Mato Grosso para atender um pleito da comunidade local, da federação das indústrias, do agronegócio e do governo do Estado", afirmou o diretor de regulação e assuntos institucionais da Rumo, Guilherme Penin, sem fornecer mais detalhes do projeto.

A Malha Norte se interliga à Malha Paulista, num corredor que deságua no porto de Santos (SP), onde a Rumo tem um complexo de terminais portuários para exportação de granéis sólidos.

Fontes e executivos do setor consideram que, se concretizado, o projeto poderia esvaziar a necessidade de construir a Ferrogrão. Mas isso não é consenso, pois a área de influência de captura de cargas não seria a mesma. Enquanto a extensão da Rumo atrairia as cargas do centro do Mato Grosso, a Ferrogrão focaria mais no eixo Norte do Estado.

Com a Ferrogrão, as tradings agrícolas buscam uma saída alternativa ao porto de Santos para embarcar as cargas da fronteira do Centro-Norte pelos portos do Norte e Nordeste - o que seria mais barato do que descer com destino ao cais santista.

O cenário da proposta da Rumo será objeto de análise no âmbito das discussões do projeto da Ferrogrão, que será colocado em audiência pública em setembro, conforme previsão do PPI.

O projeto da Ferrogrão é para uma concessão de 65 anos. Numa primeira fase, estão estimados investimentos de R$ 9 bilhões, sendo R$ 7 bilhões em obras e R$ 2 bilhões em material rodante (locomotivas e vagões). Após os primeiros 35 anos, estão previstos mais R$ 3,6 bilhões para renovação da frota.

Fonte: Valor Econômico, 1º/8/2017.

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