ApexBrasil e Câmara de Comércio Árabe-Brasileira destinam R$ 15,4 milhões para promover exportações brasileiras para o mercado global islâmico
Com o objetivo de fortalecer a cultura exportadora brasileira para todas as comunidades islâmicas do mundo, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) assinaram, nesta segunda-feira (5), em Brasília, convênio que cria o Projeto Halal do Brasil. Voltado para empresas de do setor brasileiro de alimentos e bebidas, o Projeto abrange ações de sensibilização, qualificação, certificação e promoção comercial, com duração prevista de três anos para atender até 500 empresas. A iniciativa prevê o investimento de R$ 15,4 milhões, sendo R$ 10.159.318,00 da ApexBrasil e contrapartida da CCAB no valor de R$ 5.325.019,79.

O Brasil é o principal exportador do mundo de proteína Halal e, de acordo com a gerente de Agronegócio da ApexBrasil, Paula Soares, o País tem potencial para exportar ainda mais proteínas e outros produtos de valor agregado, como açaí, por exemplo. “Os produtos brasileiros são muito bem quistos pela cultura islâmica”, afirma Paula. Segundo ela, a curiosidade das empresas brasileiras pela certificação Halal ao longo dos últimos anos despertou a criação e o desenvolvimento do Projeto que partiu da ApexBrasil e a CCAB abraçou de imediato. “Tenho certeza que essa parceria com a ApexBrasil promoverá a diversificação da pauta de exportações brasileiras para os países islâmicos, inserindo novas empresas e novos produtos, conquistando novos nichos nesses mercados, aumentando assim o fluxo comercial do Brasil com o mercado global islâmico”, concluiu o presidente da CAAB, Osmar Vladimir Chohfi, após assinar o convênio junto com o presidente da ApexBrasil, Augusto Pestana.

Na cerimônia de assinatura, Pestana afirmou que a receita do sucesso nesses 25 anos da ApexBrasil é o trabalho em parceria, e que essa com a CCAB envolve uma das missões mais nobres da Agência de trabalhar na internacionalização de pequenas empresas. “Estamos felizes e orgulhosos desse Projeto, pois está no nosso DNA olhar para os empresários e empresárias de menor porte. Não temos dúvida de que essa parceria será mais um exemplo de sucesso da nossa lógica e dinâmica de atuação”, concluiu o presidente da ApexBrasil.

Certificação Halal

O termo “Halal” diz respeito aos produtos e serviços que atendem aos preceitos da cultura islâmica. Para garantir isso, o mercado global islâmico, que engloba os 22 países da Liga Árabe e demais comunidades islâmicas presentes na África, Malásia e Europa, exige essa certificação que atesta ao consumidor muçulmano que o produto em questão foi fabricado em respeito a suas crenças e aos preceitos do islamismo. O selo garante, por exemplo, que o alimento beneficiado é livre de derivados suínos, cujo consumo é vedado ao muçulmano. Também atesta que produtos de origem animal vêm de processos de abate islâmico, com ações para evitar, inclusive, contaminação cruzada.

O Projeto lançado quer estimular a adoção de selo entre as empresas e, para isso, a ApexBrasil vai selecionar pelo menos 50 empresas participantes para apoiar com 50% do valor a ser investido na Certificação Halal.

Projeto Halal do Brasil

A meta geral do Projeto é capacitar e sensibilizar 500 fabricantes de alimentos e bebidas já em fase de internacionalização para o potencial do mercado halal em todo o mundo e prepará-las para inserção no mercado mundial de alimentação islâmica. Atualmente, este mercado reúne 1,9 bilhão de consumidores, movimenta US$ 1,267 trilhão por ano e tem perspectiva de crescer 7,1% até 2025, segundo o relatório State of the Global Islamic Economy 2022. Ao longo dos próximos 3 anos, as empresas participantes do Projeto já certificadas receberão também apoio da ApexBrasil para participar das mais importantes feiras de alimentos e bebidas do mundo, como a Mihas, na Malásia, FoodAfrica, no Egito, Gulfood, em Dubai, e outras. Nesses eventos está prevista também uma ação chamada “Halal Brazil Day”, com foco em apresentar os produtos e serviços brasileiros já certificados aos consumidores islâmicos, além de rodadas de negócios e missões comerciais com o mesmo objetivo.

Entre os países prioritários, além dos países da Liga Árabe, a promoção também vai mirar países com papel importante no mundo muçulmano como Indonésia, França, Alemanha, Reino Unido e África do Sul. O primeiro abriga a maior população islâmica do mundo e começa a ter contato com a proteína brasileira. Os europeus têm expressivas populações muçulmanas e de alto poder aquisitivo. Já a África do Sul vem se firmando como hub halal.

Mercado atual

Dados compilados pela Câmara Árabe-Brasileira mostram que, em 2021, o Brasil exportou US$ 16,5 bilhões em alimentos e bebidas para os 57 países da Organização para Cooperação Islâmica (OCI), com participação de 7,2% do total de US$ 230,4 bilhões importados pelo bloco. O resultado, embora tenha posicionado o Brasil na segunda colocação entre os fornecedores de alimentos e bebidas do mundo muçulmano atrás apenas da Índia, é lastreado em commodities, como açúcar, soja, frango e milho, o que dá a medida do potencial a explorar nos segmentos de maior beneficiamento.

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