Balões põem terminais portuários em alerta

Há o risco de o inflável cair em uma instalação de granéis líquidos e provocar um incêndio




A queda de um balão junino em um terminal de granéis químicos da Ilha Barnabé, no Porto de Santos, no último mês, reacendeu a preocupação do setor sobre os riscos do inflável voador – que internamente possui uma chama e fogos de artifício – à região portuária. As ocorrências não são frequentes, mas quando acontecem, mobilizam diversas equipes de emergência. O balonismo é considerado crime.





Este incidente mais recente não deixou feridos, nem provocou incêndios, segundo o coordenador do Plano Integrado de Emergência (PIE) da Associação Brasileira de Terminais de Líquidos (ABTL), Nivaldo Mateus. A brigada da entidade conseguiu acompanhar a trajetória do balão, que foi apagado e caiu em uma área segura. O caso foi registrado na Polícia Civil.





“Temos um procedimento bastante rigoroso. Quando algum terminal identifica a presença de um balão no ar, todos são avisados pelo sistema de rádio e as equipes ficam em alerta para acompanhar onde ele vai cair e quais os reais riscos”, explica o coordenador. Segundo ele, a preocupação começa no topo da Serra do Mar, onde ficam dutos de químicos, com observadores em lugar estratégico.





Isso porque os balões, na maioria, não são fabricados e nem soltos na Baixada Santista: quase todos são procedentes do Planalto. “Geralmente, durante a noite, o vento sopra da Serra para o mar e eles são trazidos à região”, comenta o chefe da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias, ao lembrar que a preocupação é maior no período sem a luz natural.





Onias destaca que a prática de soltar balões é crime e o infrator está sujeito a penalidades, como multas e até prisão por três anos. A legislação também incide sobre as pessoas que forem flagradas transportando material, inclusive pirotecnia sem autorização, construindo os infláveis e também os que os perseguem para poder recuperá-los.





Assim como a Defesa Civil, os bombeiros não possuem estatísticas de ocorrências específicas no Porto de Santos. O comandante dos postos da corporação no Gonzaga e na Ponta da Praia, primeiro tenente João Carlos Alves de Carvalho, lamenta que, ainda hoje, associações voltadas ao balonismo amador e grupos na internet incentivem a prática.





“Pólos petroquímicos, refinarias de petróleo e depósitos de combustíveis são mais vulneráveis. Mesmo sem tocar nos dutos e demais instalações, os balões podem provocar explosões em pleno ar, pela presença de gases inflamáveis”, destaca o comandante. Os riscos também valem para aeronaves, florestas e conglomerados urbanos.


Carnaval 





O coordenador do PIE da ABTL, Nivaldo Mateus, lembra que mesmo que o período junino seja mais propício à incidência de balões, os incidentes ocorrem o ano todo. Durante o último Carnaval, por exemplo, uma queda de um entre tanques de um terminal da Alemoa mobilizou diversas equipes de emergência, que conseguiram evitar um incêndio.





"Os balonistas estavam perseguindo e queriam pegá-lo de volta, o que não aconteceu. Todos os casos, a gente leva à polícia para que sejam investigados e acompanhados, por ser um crime”, explicou. O procedimento adotado em casos semelhantes é mobilizar a brigada para tentar apagá-los com jatos de água, antes de eles caírem em uma instalação ou áreas próximas.




Fonte: Jornal A Tribuna, 15/08/2016.

Read Also Other News

Agência Porto
| 06 mar, 2025

Terminal de Contêineres da Santos Brasil em SC recebe investimentos de R$ 75 milhões entre 2024 e 2025

Read more
Agência Porto
| 06 mar, 2025

Dragagem em Itajaí já alcança aumento da profundidade do Porto

Read more
Agência Porto
| 06 mar, 2025

Movimentação de contêineres no Porto de Santos bate recorde para janeiro

Read more

How can we help?

Tell us how we can help with one of our services and solutions.

Request a quote

This website uses cookies to personalize content and analyze website traffic. Meet our Privacy Policy.