Calado do porto de Rio Grande opera no limite
Última etapa para exportação da supersafra gaúcha, o porto de Rio Grande está operando com o calado para navios graneleiros no limite. Episódio ocorrido há pouco mais de uma semana, quando embarcações carregadas de soja ficaram paradas por quatro dias, poderão ocorrer novamente — estrangulando ainda mais o escoamento da produção recorde do grão. A deficiência é causada pelo atraso na dragagem de manutenção dos canais de navegação — que deveria ter sido concluída ainda no ano passado.

O procedimento garante as condições de navegabilidade, mantendo a profundidade para o acesso de grandes navios ao porto. A última remoção de lodo foi feita no final de 2013.

— O ideal é que a limpeza seja repetida, em média, a cada dois ou três anos, no máximo — reconhece Darci Tartari, diretor técnico da superintendência do porto de Rio Grande.

O calado original de 14 metros de profundidade está operando com 12,8 metros devido ao assoreamento do canal. Com o acúmulo de sedimentos no fundo da água e condições climáticas adversas, como as que ocorreram recentemente, a navegabilidade de graneleiros fica comprometida.

— Variações de níveis na lagoa são naturais, devido à chuva mais ou menos intensa na bacia. Mas isso tudo tem que ser considerado e calculado para que, mesmo na pior condição meteorológica, se possa navegar com tranquilidade — avalia José Antônio Scotti Fontoura, professor de Engenharia Costeira e Portuária da Universidade Federal do Rio Grande (Furg).

Obra depois do escoamento da soja

O professor explica que a dragagem pode ser de manutenção (quando já tem o calado e o desassoreamento é necessário para manter a altura) ou de implantação (para aprofundar o calado). No caso do porto de Rio Grande, além de desobstruir o canal, que acumula hoje mais de um metro de sedimentos, o projeto contempla o aprofundamento para 16 metros. Orçada em R$ 368 milhões, a obra, de 18 metros de extensão, ainda não foi iniciada por falta de verba do governo federal.

— O contrato está pronto, depende apenas dos recursos para dar a ordem de início — conta Tartari.

A expectativa é de que o serviço, que levará pelo menos 10 meses para ser concluído, seja iniciado entre julho e agosto. Até lá, boa parte da safra de soja deste ano já terá passado pelo porto. Sobre a falta de dinheiro para a realização do desassoreamento, terminais que operam no porto questionam o destino da taxa de utilização do canal — R$ 1,86 por tonelada -, paga pelos usuários. Alegam que esse dinheiro é destinado justamente para a manutenção das condições de navegabilidade. O diretor técnico argumenta que o valor é insuficiente para pagar a totalidade da obra.

— Ficamos quase 15 anos sem reajustar essa taxa. Mesmo assim, não podemos elevar muito para não perder a competitividade em relação aos demais portos — justifica Tartari.

Fonte: Zero Hora, 1º/5/2017.

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