CNA debate cenários econômicos e reflexos para o agro
A geopolítica, sobretudo no pós-pandemia e pós-guerra da Ucrânia, sinaliza um novo desenho de globalização e representa um caminho diferenciado para o agro brasileiro. A análise foi feita pelos debatedores que participaram do painel “Cenários econômicos e seus reflexos no agro” no encontro nacional de lideranças rurais organizado pela CNA, Federações estaduais e sindicatos em Brasília.

O painel reuniu o sócio consultor da MB-Agro, Alexandre Mendonça de Barros, e o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

“Com a pandemia, foram aparecendo peculiaridades, tivemos a maior safra de grãos da história, mas chegamos ao fim do ano e vimos os estoques mundiais caindo em relação ao consumo. Em fevereiro começou a guerra e o mundo tomou mais um susto, uma vez que a Ucrânia é um importantíssimo produtor de alimentos para o mundo”, destacou Mendonça de Barros.

Segundo ele, o mundo passa por um novo desenho da geopolítica, que abre um caminho diferenciado para o agro brasileiro. “Temos que aproveitar a oportunidade que o mundo está nos dando, com inteligência e competência, e temos que construir uma inteligência rápida porque não temos certeza de como esses novos blocos que estão se formando vão funcionar”, disse.

Para Rodrigues, a segurança alimentar é a única garantia que um país tem de ter estabilidade social e política. “A segurança alimentar significa paz. O Brasil pode ser o campeão da paz. Para isso temos que ter estrutura logística, poder comercial por meio de acordos com grandes países compradores, política de renda para o campo, que o Ministério da Agricultura já está desenvolvendo, sustentabilidade e tecnologia”, disse.

De acordo com análise feita por Roberto Rodrigues, a agricultura vai se desenvolver no mundo no cinturão tropical do planeta. “Temos a América Latina, toda a África e boa parte da Ásia. É nessa área do mundo que ainda tem terra para crescer a área plantada e tem tecnologia. E o Brasil é o líder desse cinturão tropical. É o Brasil que desenvolveu tecnologia tropical sustentável, que tem produtor rural que sabe fazer isso, e é o Brasil que sabe ensinar os outros a produzirem.”, destacou Roberto Rodrigues.

Mendonça de Barros destacou que o documento que a CNA apresentou hoje na abertura do encontro traz uma série de leituras alinhadas com o momento agrícola atual. “Precisamos ampliar nosso relacionamento internacional, o alcance do seguro rural, o avanço tecnológico, a sustentabilidade, a infraestrutura e a armazenagem”, destacou.

Os especialistas lembram que o desafio para o Brasil é grande. Projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apontam para um crescimento médio de 20% no consumo mundial nos próximos 10 anos. “Mas ao analisarmos esses números, chegamos a estimativa de que o agro brasileiro deve ter um crescimento médio de 40% para suprir a necessidade mundial. Isso pode alavancar a nossa economia e podemos contribuir para que não falte comida para ninguém e haja paz no mundo”, afirmou Rodrigues.

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