A pandemia criou novos comportamentos de consumo, desorganizou o padrão de produção de bens e mercadorias, e em consequência o comércio internacional. Com o isolamento social e a menor frequência de pessoas a bares, restaurantes e centros de compras, alguns insumos foram impactados, bem como a capacidade de produção industrial em setores como o de bebidas enlatadas e embalagens de papel. A cerveja, que ocupava 55% do mercado de latas de alumínio antes da quarentena, chegou em junho a um recorde de 70% do share entre as bebidas que utilizam a embalagem, segundo dados do semestre divulgados pela Abralatas (Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alumínio).
“O hábito de consumo mudou de forma repentina e inesperada, afetando a demanda instalada destes setores. Um exemplo é a lata de alumínio, seja para refrigerante ou cerveja, que deixou de ser consumida nos bares e casas noturnas (onde dividia espaço com garrafas de vidro) e veio com força para as casas dos consumidores. Além da maior praticidade, as latinhas são preferência pelo preço mais barato do hectolitro. Não temos falta de alumínio, e sim de produção industrial na escala necessária a esse novo padrão de consumo”, analisa Edinelson Marques, gerente comercial do Grupo Pinho, especializado em comércio exterior e logística aduaneira.
O reflexo disso foi observado em setembro, com um pico na importação de latas de alumínio prontas para uso. “Nós pensamos mais em refrigerantes e cervejas, mas toda lata de aerossol é fabricada da mesma forma, o que abrange uma fatia grande do mercado.”
Fonte: Grupo Pinho, 03/11/2020.