Comércio exterior ainda sente impactos de greve dos caminhoneiros
A greve dos caminhoneiros, que terminou em junho, continua gerando impacto no comércio exterior. Líder mundial no transporte marítimo de contêineres, a Maersk Line estima que até 200 mil toneladas de mercadoria tenham deixado de ser exportadas entre julho e agosto.

O dado faz parte do relatório trimestral da empresa, divulgado ontem e que aponta como um dos reflexos da paralisação a prática de overbooking, que continua a prejudicar as operações portuárias e pode aumentar os custos para exportadores, além de afetar a competitividade brasileira.

Segundo a empresa, exportadores reservam espaços em navios de diversos armadores, mas não utilizam tudo o que solicitaram na hora de exportar. Isso ocorre principalmente porque, com a dificuldade para conseguir caminhões para o transporte das cargas, exportadores acabavam fechando com várias companhias e embarcavam a mercadoria com aquela cuja data coincidisse com a disponibilidade do veículo, sem avisar as demais empresas.

“Todo esse processo traz um custo extra para a operação. Diferente do que ocorre com aviões, onde as pessoas pagam antecipadamente a reserva, nos navios, esse processo de deixar de embarcar cargas sem avisar traz um prejuízo para todos”, avalia o diretor para a Costa Leste da América do Sul da companhia Safmarine (do Grupo Maersk), Denis Freitas.

O levantamento operacional do Porto de Santos de julho, elaborado pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), também aponta queda de movimentação devido a problemas de logística. A Autoridade Portuária destaca que o milho, além de ter safra menor do que ano anterior, teve o escoamento impactado pelo atraso nos embarques de soja e pelo impasse no preço do frete, o que causou a redução de 2,6% no movimento em comparação ao ano passado.

Para resolver a situação, o diretor de Trade e Marketing da Maersk Line na Costa Leste da América do Sul, Matias Concha, acredita que o primeiro passo é ter uma definição sobre a tabela de fretes.

Apesar de ter se agravado com a paralisação dos caminhoneiros, a empresa explica que o overbooking começou a ocorrer em 2016, quando as importações brasileiras entraram em colapso e as empresas de transporte marítimo tiveram de reduzir o número de navios que vinham ao Brasil.

Nova perspectiva

Por conta deste cenário, a empresa está revisando suas projeções, que devem ser divulgadas no próximo mês. Se antes, com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) previsto para algo em torno de 3%, a Maersk Line previa 3,4% de crescimento para importações e exportações, sendo 4,6% importações e 1,3% exportações, agora, com as exportações caindo em 6% entre abril e junho, a empresa revê as expectativas para 2018.

“Mesmo com impacto positivo com a Copa do Mundo, com a depreciação da moeda brasileira, a partir de agosto teremos uma diminuição de compra de produtos, o que deve refletir nas encomendas de eletroeletrônicos, que estão com um desempenho abaixo da média”, disse o executivo.

Fonte: A Tribuna, 28/8/2018.

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