CSN busca associação com chineses na Transnordestina
Pressionada pelo governo a achar um sócio para a sua concessionária de ferrovia Transnordestina, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), do empresário Benjamin Steinbruch, deve retomar tratativas com os chineses da China Communications Construction Company (CCCC).

Já houve ao menos duas reuniões entre as partes no passado recente para discutir uma participação dos asiáticos na ferrovia, mas sem resultado prático. Estiveram sobre a mesa tanto a venda de uma fatia acionária como o controle do empreendimento, que já consumiu mais de R$ 6 bilhões e tem 52% das obras executadas.

Em reunião na semana passada, no Palácio do Planalto, o governo foi informado pela CSN sobre o andamento das negociações. As conversas começaram em 2016, mas vinham sendo mantidas em caráter reservado. Até agora, no entanto, não foi possível firmar um memorando de entendimento (MDA), como era o desejo de Steinbruch.

Alternativa de colocar mais R$ 1,4 bilhão de dinheiro público na ferrovia enfrenta resistências no governo

Segundo relatos levados ao Planalto, o interesse da CCCC não se restringiria ao fornecimento de trilhos e material rodante (locomotivas e vagões) à Transnordestina Logística. A construtora asiática também estaria disposta a pôr recursos próprios no projeto, que entrou na mira do governo e pode ter sua concessão cassada.

Eduardo Centola, sócio do Banco Modal, assessor financeiro da CCCC no Brasil, disse ao Valor que a Transnordestina "é de grande interesse da CCCC", mas destacou que "não existe nenhuma negociação no momento".

Maior conglomerado chinês no segmento de infraestrutura, a CCCC desembarcou no Brasil ao assumir participação no terminal portuário multicargas da WTorre que está sendo erguido em São Luís (MA). Em dezembro, o grupo fechou a compra de 80% da empresa brasileira de projetos Concremat Engenharia, desembolsando R$ 350 milhões.

Na avaliação do governo, ainda são necessários pelo menos R$ 3 bilhões para concluir as obras da ferrovia, que deveriam ter sido entregues em 2010 e agora não têm perspectiva de ficar prontas antes de 2020. A estatal Valec detém 41% de participação acionária na Transnordestina.

Por enquanto, todas as possibilidades estão abertas: troca do controle societário, retomada da concessão para que seja relicitada ou novos aportes de recursos públicos e da CSN para o término das obras. O objetivo é encontrar uma saída definitiva para a novela até o fim do primeiro semestre.

Enquanto isso, a fim de evitar a interrupção dos trabalhos nos canteiros, houve um acordo provisório entre as partes. A TLSA, concessionária da Transnordestina, prometeu injetar R$ 133,5 milhões. O orçamento da Valec para a ferrovia, neste ano, tem o mesmo valor e será liberado imediatamente. Também houve compromisso do governo de ressarcir a TLSA por obras já feitas com R$ 300 milhões de financiamento do Finor R$ 150 milhões já foram repassados em janeiro. Tudo somado, chega-se a R$ 567 milhões.

Fonte: Valor Econômico, 16/2/2017.

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