Especialistas apontam logística como maior entrave para a produção no País
O presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins da Silva Junior, afirmou durante a abertura do Fórum Estadão - Logística e Infraestrutura no Agro, na manhã desta terça-feira em São Paulo, que chegou a hora de buscarmos grandes soluções para o agronegócio.

Segundo ele, a importância do agronegócio brasileiro não precisa ser mais descrita, já é de conhecimento público, porém, os problemas de logística do País ainda travam o escoamento da produção e encarecem o trabalho do produtor rural. "Foi com custos menores que (produtores) baratearam os preços dos alimentos no mercado interno e melhorando a saúde dos brasileiros", disse.

"A infraestrutura logística do País foi construída antes da explosão do agronegócio", disse o presidente da CNA. Ele afirmou que o agronegócio brasileiro dentro da porteira é capaz de produzir mais e melhor, mas para fora é "um pesadelo". Ele citou que são milhares de quilômetros de caminhão em rodovias precárias e portos congestionados. "Essas condições elevam em 25% o valor do frete e no Norte chegam a 35%", afirmou. "Pelo menos 60% da carga é transportada por estradas", disse. João Martins comentou ainda que os modais mais recomendados, como o ferroviário e hidroviário, são pouco utilizados. "Esses modais têm capacidade mais elevada, são menos poluentes e têm custos muito menores", disse.

O presidente executivo da Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga (Anut), Luiz Baldez, afirmou que a logística brasileira é ineficiente e cara. “Isso não é uma análise, é uma constatação”, afirmou ele no painel “Os desafios para o escoamento da produção agropecuária”, durante o Fórum Estadão. Ainda de acordo com Baldez, essa ineficiência eleva os custos das empresas brasileiras que gastam cerca de 15% da sua receita com logística, enquanto a média em outros países produtores é de 8%.

Segundo Baldez, o frete ferroviário deveria ser, em média, até 40% mais barato do que o frete rodoviário, porém, no Brasil ele é apenas 3% menor. Atualmente, 12% da malha ferroviária transporta 70% da carga que passa pelos trilhos, sendo basicamente minério. Para ele, o Brasil precisa de um novo modelo de exploração deste modal, com a integração das malhas, interoperabilidade e direito de passagem.

Fonte: Estadão, 7/11/2017.

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