Maranhão receberá aportes de R$ 7 bi
Maranhão deve receber investimentos de R$ 7 bilhões até o final de 2018. Do total, R$ 6 bilhões virão de projetos privados e R$ 1 bilhão, de recursos públicos, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e governo estadual, conforme levantamento do governo maranhense. Para Simplício Araújo, secretário de Indústria e Comércio do Maranhão, o valor poderia ser ainda mais elevado, se não fosse o impacto da crise econômica. "Se não fosse a crise, o Maranhão, pela localização, pelos modais de transporte e pelo porto de Itaqui, teria mais novos negócios."

Em 2016, os investimentos com recursos públicos somaram R$ 1,3 bilhão, volume considerável para um Estado com receita corrente líquida de cerca de R$ 10 bilhões, avalia Felipe de Holanda, presidente do Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc). Foram R$ 570 milhões em operações de crédito com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e R$ 730 milhões de recursos estaduais, para um programa de construção de rodovias, escolas, hospitais regionais e penitenciárias e asfaltamento urbano. "Foi um esforço grande. Se não fosse a crise, o programa teria avançado mais", diz Holanda.

Para o Imesc, os investimentos no Maranhão poderão estimular a retomada da economia local em 2017. O instituto estima ainda que a normalização da safra de grãos, produzida principalmente na região do Matopiba (áreas de cerrado contíguas no Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), deverá contribuir para um aumento de 2% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Em 2016, houve queda superior a 40% na produção.

Os novos investimentos privados foram estimulados pela mudança na política de incentivos fiscais do Estado, que passaram a ser concedidos a cadeias produtivas e não a empresas discriminadas. Na cadeia de proteína animal, por exemplo, devem ser concluídos neste ano investimentos de R$ 200 milhões da Algar Agro, na ampliação da capacidade de processamento da unidade de soja em Porto Franco, e da Notaro Alimentos, de R$ 172 milhões em um complexo avícola em Balsas.

Na área de combustíveis, a Raízen vai investir R$ 200 milhões em uma base de distribuição no polo industrial de São Luiz, no porto de Itaqui. O projeto deverá ser concluído em três anos e vai dobrar o volume de combustíveis que a empresa movimenta na região compreendida por Maranhão, leste e sul do Pará, Tocantins e Piauí, hoje de 1,2 bilhão de litros. Segundo o secretário Araújo, o projeto poderá aumentar entre 10% e 15% a arrecadação de impostos com a venda de combustíveis no Estado.

O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), no porto de Itaqui, que começou a operar comercialmente em 2015, tem uma segunda fase programada, com investimentos de R$ 150 milhões. Os aportes estão previstos para começar quando a primeira fase estiver próxima de atingir sua capacidade operacional, de 6 milhões de toneladas por ano, de acordo com Marcos Pepe Bertoni, diretor de operações da CGG Trading e porta-voz do Tegram.

Em 2016, o terminal movimentou 2,5 milhões de toneladas de soja, milho e farelo de soja, produzidas em Matopiba e do nordeste do Mato Grosso. O total ficou abaixo dos 3,34 milhões de toneladas de 2015, devido a fatores climáticos que afetaram a safra de grãos. Para 2017, a expectativa é embarcar entre 2,5 milhões de toneladas e 3,5 milhões de toneladas.

Na área de energia, deverá entrar em operação em meados do segundo semestre deste ano o complexo Delta 3, da Omega Energia, na região nordeste do Estado, o primeiro projeto de geração eólica do Maranhão, com oito parques, 96 aerogeradores e capacidade instalada de 220,8 MW. Os investimentos da empresa no Estado podem atingir até R$ 1,5 bilhão em 2017, segundo Gustavo Mattos, diretor de implantação da empresa.

Já a Vale investe na expansão do terminal marítimo de Ponta da Madeira, para receber o minério de ferro que produz em Canaã dos Carajás, no Pará, no projeto S11D. A capacidade do terminal deverá passar de 150 milhões de toneladas anuais para 230 milhões de toneladas por ano em 2018. Inaugurado em dezembro de 2016, com investimentos de US$ 14,3 bilhões, o complexo S11D inclui mina, usina, logística ferroviária e portuária.

Fonte: Valor Econômico, 23/2/2017.

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