Último dos quatro navios naufragados que seriam retirados do canal do Porto de Santos na primeira etapa dos trabalhos programados pela Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o pesqueiro Kaiko Maru, foi içado do mar na tarde desta terça-feira (9).
Desde o final de julho, quando a Docas foi notificada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a tomar providências para a remoção dos destroços abandonados nos cais santista, foram iniciados os trabalhos de transferência das embarcações.
Os primeiros a serem retirados foram o centenário batelão Japuí, que já foi utilizado para a dragagem e cuja sucata chegou a ser leiloada pela Codesp, sem sucesso, e o flutuante IV. Depois, foi o Taihei Maru e, na terça, o Kaiko Maru. Esses dois naufragaram no cais santista em junho. Ambos estavam ancorados no cais do Armazém 8, no Paquetá, e o incidente causou o derramamento de cerca de 100 litros de óleo no mar. Segundo o Ibama, os pesqueiros eram garantia de um processo judicial trabalhista de uma empresa que faliu.
Segundo o órgão de fiscalização ambiental, as carcaças das embarcações naufragadas foram retiradas e levadas a uma área perto do Armazém 1, que recebeu tratamento de contenção. De lá, as peças são levadas para outros pontos de destinação final.
A maior dificuldade dos técnicos que acompanharam a retirada das embarcações foi a de não ter as especificações dos navios que estavam submersos. Isso fez com que a metodologia de retirada fosse refeita várias vezes.
No início dos trabalhos, por exemplo, a Autoridade Portuária chegou a içar um dos navios pesqueiros para que se esgotasse a água no local, mas a equipe descobriu que havia um lastro de cimento dentro da embarcação. Por conta deste peso extra, ela foi devolvida ao mar.
O serviço foi realizado pela empresa Atlântico Serviços Submarinos, contratada pela Docas por R$ 6,2 milhões para a retirada das quatro embarcações. Procurada para falar sobre os trabalhos de remoção e quais os próximos passos para que os demais navios saiam do canal, a Codesp não respondeu até o fechamento desta edição.
Fonte: A Tribuna, 11/10/2018.