Quebra da safra de milho reduz movimento nos portos em 1%
O sistema portuário brasileiro movimentou 998 milhões de toneladas de cargas durante o ano passado. O resultado, que soma os números registrados pelos portos públicos e pelos terminais privados, reflete uma queda de 1% em relação ao ano anterior, quando 1 bilhão de toneladas entraram ou saíram do País por meio de complexos marítimos. Os dados fazem parte do anuário estatístico da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), divulgado pelo órgão na semana passada, em um evento na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na Capital. O material serve para direcionar as ações do Governo para o setor.

“Essa análise é fundamental para que o Ministério possa, a partir dela, estabelecer o seu planejamento e também definir a sua política pública para o setor”, destacou o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella.

Segundo a Antaq, a movimentação de cargas nos portos organizados (públicos) caiu 2,5% em 2016 (343 milhões de toneladas). Já em 2015, esse número foi de 351 milhões de toneladas.

Em relação aos terminais de uso privado (TUPs), a queda foi de 0,25%. Em 2016, essas instalações movimentaram 655 milhões de toneladas. Em 2015, o volume foi de 657 milhões de toneladas.

A queda na operação de cargas foi considerada pequena pelas autoridades. De acordo com o diretor-geral da Antaq, Adalberto Tokarski, a redução foi motivada pela quebra na safra do milho. A redução dos embarques desta carga foi de 37,5%, segundo o órgão.

“Eu entendo que a gente não tem muita queda. Até porque caiu 1% na movimentação – e só caiu porque nós tivemos uma queda forte no milho, de 37%. Contêiner andou de lado, minério de ferro caiu pouquinho. No geral, a carga solta subiu. A queda foi bem pequena. Se nós tivéssemos tirado o milho desse contexto, nós teríamos ainda a movimentação aumentando. No último trimestre já começou a avançar a movimentação de contêineres, que começou a crescer”, destacou o representante da Antaq.

Outra carga que registrou queda foi a soja, que embarcou 61,9 milhões de toneladas no ano passado, um recuo de 3,2%. A carne, cuja movimentação girou em torno de 6,3 milhões de toneladas, teve uma redução 4%.

O principal produto movimentado foi o minério de ferro, com 376 milhões de toneladas, um crescimento de 3,1%, estimulado pela demanda proveniente da China. Os combustíveis, cuja operação foi de 223 milhões de toneladas, registraram queda de 3,8%, influenciado pelo cenário econômico.

“Tivemos alguns crescimentos pontuais: a celulose, que apresentou resultado positivo, e os frigorificados, como o frango. E temos também o impacto do sistema Petrobras, por conta das questões da empresa, mas também uma baixa demanda por combustíveis”, destacou o diretor da Antaq, Mario Povia.

TUPS

A movimentação de cargas nos portos e nos TUPs, no período entre 2011 e 2016, cresceu 12,4%. No ano passado, esses terminais responderam por 66% da movimentação total de cargas em todo o País. Já os portos organizados foram responsáveis por 34% das operações.

Nos TUPs, 65,2% das operações são realizadas com granéis sólidos, enquanto 24,9% correspondem às movimentações de granéis líquidos, 5,3% de carga geral solta e 4,6% de contêineres.

O TUP de Ponta da Madeira (MA) foi o responsável por 22,7% das operações neste tipo de instalação, enquanto o de Tubarão (ES) respondeu por 16,5%. O Almirante Barroso, em São Sebastião (Litoral Norte do Estado), operou 7,1%, enquanto Ilha Guaíba e Angra dos Reis representaram do total 7% e 5,8%, respectivamente.

Santos lidera entre complexos públicos

Os portos organizados (públicos) foram responsáveis por 34% da movimentação de cargas do setor durante todo o ano passado. Sozinho, Santos respondeu por 28,3% das operações, com embarques e desembarques que somaram 113,8 milhões de toneladas.

Em seguida, nesse ranking de complexos públicos, aparecem Itaguaí (RJ), com 17,1% das atividades, Paranaguá (PR), com 11,7%, Rio Grande (RS), com 7%, e Suape (PE) com 6,6%. Esses cinco somaram 70,7% das cargas dos portos organizados.

As projeções iniciais da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) apontavam para uma operação de 119,6 milhões de toneladas no ano passado. Em 2015, o cais santista movimentou 119,931 milhões de toneladas.

“Em 2016, fizemos um belo trabalho. Foram 10 meses de recordes sucessivos de desempenho. Significa que o trabalho foi bem feito. A estatística mostra isso”, destacou o diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp, a Autoridade Portuária de Santos), José Alex Oliva.

Para o executivo, o volume de cargas movimentadas foi resultado de planejamento logístico, do melhor entrosamento da gestão do Porto com os arrendatários e de mudanças na chegada das cargas ao complexo.

“Esse é um dado importantíssimo. Quando nós chegamos, em novembro de 2015, o tempo médio de espera dos navios era de 21 dias. Em dezembro de 2016, o tempo médio é de 9 dias e isso representa muito. É não ter demurrage, ser mais eficiente e literalmente ganhar na competitividade do Porto”, destacou o executivo.

Em 2016, as exportações santistas atingiram 81,4 milhões de toneladas, 7% abaixo do mesmo período de 2015, quando 87,5 milhões de toneladas foram operadas. Já as importações registraram 32,3 milhões de toneladas, 0,1% superior.

Santos registrou 3,5 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés), 3,9% inferior ao obtido em 2015, de 3,7 milhões de TEU.

A expectativa da Codesp é de que o cais santista atinja a movimentação de 119 milhões de toneladas neste ano.

Fonte: A Tribuna, 21/2/2017.

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