A vitória do candidato democrata à presidência dos Estados Unidos, Joe Biden, deve colocar na geladeira negociações de novos acordos comerciais entre o Brasil e os Estados Unidos, informa o Jornal O Estado de S.Paulo. A avaliação de fontes do governo e do setor privado ouvidas pelo Estadão/Broadcast é de que, ao menos em um primeiro momento, a mudança na administração paralisará conversas que vinham avançando com o governo Donald Trump e culminaram na assinatura, há duas semanas, de um acordo de facilitação de comércio.
Os negociadores brasileiros têm na lista outros entendimentos que vêm sendo discutidos com os norte-americanos, como de eliminação de dupla tributação, investimentos e compras governamentais. Pelo lado brasileiro, o sonho é um acordo de livre comércio entre os dois países, que pode ficar mais distante no governo democrata.
A expectativa é que a mudança do partido no comando da principal economia do mundo coloque as negociações com o Brasil em espera por dois motivos. Primeiro, pelo fim do “alinhamento automático” que existe entre os governos do presidente Jair Bolsonaro e o colega norte-americano Donald Trump e que ajudou a abrir portas de órgãos norte-americanos e possibilitou o avanço do acordo comercial.
O Acordo de Comércio e Cooperação Econômica vinha sendo negociado desde 2011, mas estava em hibernação até a eleição de Bolsonaro, com a retomada das negociações em março do ano passado. Sem essa “ordem do andar de cima”, a expectativa é que negociadores americanos não priorizarão encontros e agendas com os brasileiros, como vêm fazendo no atual governo.
Fonte: O Estado de S.Paulo, 08/11/2020.