ATP reitera preocupação com definição de modelo único para desestatização da Codesa
O presidente da ATP (Associação dos Terminais Portuários Privados), Murillo Barbosa, demonstrou, nesta terça-feira, durante o “Seminário de Desestatização de Portos de Interesse Público no Brasil”, grande preocupação com a definição de um modelo único para a desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa) e seus desdobramentos nos outros processos de desestatização, já que o modelo poderia servir de referência para os demais portos brasileiros.

No encontro virtual, Barbosa lembrou que a ATP sempre foi favorável à desestatização, pois representa o reconhecimento do governo sobre a necessidade de aumento da qualidade da gestão da autoridade portuária. “A nossa preocupação é que a definição do modelo de negócios para Codesa contamine e transborde para os próximos processos de desestatização. As particularidades de cada porto organizado devem ser preservadas e os processos devem ser analisados caso a caso, já que temos 36 portos organizados espalhados por todo o país, com as mais diversas composições”, ressaltou.

Durante participação no painel – O processo de Desestatização dos Portos Públicos Brasileiros – o presidente da ATP destacou alguns pontos do modelo proposto que podem impactar negativamente a operação dos TUPs (Terminais de Uso Privado), que respondem por 66% da movimentação de cargas no Brasil.

Entre os pontos, destacam-se a manutenção dos acordos em vigor com a autoridade portuária, a poligonal do porto organizado, a participação de arrendatário sobre a forma de consórcio, o aluguel de molhes e, especialmente, as tarifas deixando de ser contrapartida de prestação de serviço para se tornarem fonte de receita para o novo concessionário.

Barbosa lembrou que, com o novo modelo de negócios, o que antes poderia ser uma fonte de receita eventual para o Estado, se transformou em uma fonte de receita fixa. A previsão é que 7.5% da receita bruta do porto será passada para a União à título de concessão.

“A melhoria de gestão das autoridades portuárias brasileiras é absolutamente necessária, mas os TUPs e os arrendatários não podem pagar a conta. O objetivo da desestatização é perseguir a melhoria da gestão, mas esse componente arrecadatório nos preocupa muito”, completou.

O debate virtual foi promovido pela ENIDH (Escola Superior Náutica Infante D. Henrique), de Portugal, em conjunto com a Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) e a UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e contou com a participação de Marcelo Werner Salles, diretor da ABEPH; Antônio Júlio Castiglioni Neto, presidente da CODESA (ES) e Fábio da Veiga, superintendente do Porto de Itajaí. A mediação do debate foi da professora e pesquisadora da UFSC, Sandra Rolim Ensslin.

Read Also Other News

Agência Porto
| 07 jul, 2025

Brasil e China firmam parceria estratégica para integração ferroviária continental

Read more
Agência Porto
| 07 jul, 2025

Brasil explora metade das vias navegáveis com potenciais de transporte de cargas e passageiros

Read more
Agência Porto
| 07 jul, 2025

Porto de Itajaí ganha primeiro boulevard náutico com apoio do Governo Federal

Read more

How can we help?

Tell us how we can help with one of our services and solutions.

Request a quote

This website uses cookies to personalize content and analyze website traffic. Meet our Privacy Policy.