Conselho da Santos Brasil aprova plano para Imbituba
A Santos Brasil, empresa brasileira de terminais portuários de uso público especializados no nicho de contêineres, recebeu ontem autorização do conselho de administração para buscar "alternativas estratégicas" para seus negócios no Sul - o Tecon Imbituba e o Terminal de Carga Geral, também em Imbituba (SC). Na prática, o grupo deverá ou atrair um armador como sócio que garanta a carga ou, no limite, sair completamente dos negócios com uma venda integral.

O BTG Pactual será o assessor exclusivo da Santos Brasil nesse processo. A perspectiva é que seja uma solução casada para os dois ativos, que têm sinergias.

Encravado em uma região dominada por terminais que têm como acionistas empresas de navegação, o Tecon Imbituba não decolou. Ao contrário, nos últimos anos ajudou a deprimir as margens da Santos Brasil - que opera ainda três terminais, sendo o maior e mais rentável deles o Tecon Santos. "Ninguém ignora que hoje perdemos dinheiro com o Tecon Imbituba", disse Daniel Dorea, diretor econômico-financeiro e de relações com investidores.

O Tecon Imbituba foi arrendado em 2008 e tem uma obrigação contratual de pagar a autoridade portuária pela movimentação de 360 mil contêineres por ano - fazendo ou não esse volume. Em 2016, a instalação operou efetivamente 10% do montante. A empresa tem um pleito de reequilíbrio econômico-financeiro do contrato para rever essa cláusula.

Na época dos estudos que precederam a licitação havia a chamada barreira da "carga própria". Os terminais de uso privado só podiam movimentar cargas de terceiros de forma acessória à operação das mercadorias próprias. Quando a restrição caiu, em 2013, os terminais privados e os de uso público passaram a disputar o mesmo filão de mercado. O impacto foi grande para o Tecon Imbituba, localizado próximo a instalações privadas como a Portonave e Itapoá, ambas em Santa Catarina.

Além disso, esses terminais têm entre os sócios armadores ou empresas ligadas à navegação, que, ao verticalizarem a cadeia, atracam suas embarcações nos próprios terminais.

"Aquela região é povoada por terminais de armadores: Itajaí com a Maersk, Portonave com a MSC e Itapoá com a Hamburg Süd. A nossa motivação é viabilizar o Tecon Imbituba com uma solução que hoje não seríamos capazes de dar sozinhos. Tem de ser alguém que consiga trazer mais valor", afirmou o presidente da Santos Brasil, Antônio Carlos Sepúlveda.

Apesar de grandes armadores já estarem posicionados com terminais naquela região, a Santos Brasil não descarta uma associação com eles. Ainda, existem grandes companhias que não têm terminais, entre elas, Hapag-Lloyd e CMA CGM.

"Imbituba está em um ponto estratégico que atende tanto Rio Grande do Sul quanto Santa Catarina. Pode interessar a todo mundo na medida em que é um ativo pronto, já tem pátio, equipamento e cliente", disse Sepúlveda. Preliminarmente, já foram identificados potenciais interessados nos ativos. Investidores estratégicos e fundos de investimentos serão convidados a participar do processo. Não há previsão de quanto tempo levará.

Ficou de fora do pacote o Tecon Vila do Conde, em Barcarena (PA), que tem bom desempenho operacional e geração de caixa.

O conselho de administração aprovou ainda a realização de estudo para revisão dos investimentos no Tecon Santos, que obteve a prorrogação antecipada do governo por mais 25 anos, em 2015, mediante a realização de investimentos de R$ 1,3 bilhão. O novo Decreto dos Portos permite escalonar os investimentos desde que mantido o equilíbrio do contrato e sem mexer na fatia dos desembolsos que motivou a prorrogação.

Fonte: Valor Econômico, 8/11/2017.

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