A nova edição do Boletim de Logística da EPL traz um panorama completo sobre os projetos ferroviários em andamento pelo Ministério da Infraestrutura. O documento mostra que as concessões das ferrovias FIOL, Ferrogrão e FICO podem resultar em mais de R$ 25 bilhões em investimentos e gerar mais de 45 mil empregos.
Segundo o Boletim, a execução dos três empreendimentos deve somar 1.889 quilômetros de trilhos à malha ferroviária. Outra ação tomada pelo Ministério da Infraestrutura para ampliar a participação das ferrovias no Brasil é a renovação antecipada de concessões. A medida é uma oportunidade para modernizar os contratos vigentes e renegociar as contrapartidas de forma que atendam às necessidades da infraestrutura.
A agenda do Governo Federal de privatizações e concessões ferroviárias foi iniciada em 2019 com o objetivo de garantir a continuidade dos investimentos privados e a expansão das ferrovias, além de racionalizar a matriz de transportes brasileira. A estimativa do Observatório Nacional de Transporte e Logística - ONTL é de que o país possa chegar ao ano de 2035 com 31% da carga sendo transportada por ferrovias. O número é duas vezes maior do que a matriz de transportes referente ao ano de 2015.
O documento publicado nesta quarta-feira (28) também apresenta números que mostram o comportamento do setor ferroviário ao longo da última década. Em 2020, 365 bilhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) foram movimentadas por ferrovias, um acréscimo de 31,3% em relação ao ano de 2010. A movimentação de contêineres, tipo de carga com maior valor agregado, dobrou a sua participação na última década. O dado demonstra a tendência das ferrovias para ampliar a participação no transporte de carga geral e carga conteinerizada.
Impacto ambiental - Além de ser mais adequado para o transporte de longa distância, o modo ferroviário também causa menos impactos ambientais. Com 10 litros de combustível, um trem pode percorrer até 204 quilômetros. A distância é 600 vezes maior do que a que pode ser percorrida em um caminhão.
Essa característica contribui para que os projetos de concessão ferroviária possam ser caracterizados como empreendimentos sustentáveis. Em parceria com o Ministério da Infraestrutura, a EPL atuou para a pré-certificação das ferrovias que serão leiloadas com o chamado “selo verde”.
A pré-certificação comprova que os projetos estão dentro dos parâmetros estabelecidos pela Climate Bonds. Para o concessionário, o selo é uma segurança de que a oferta de financiamento será maior, além de aumentar as garantias de que o projeto está de acordo com os critérios dos diferentes órgãos e agências reguladoras.
Histórico - Para contextualizar o cenário do setor ferroviário no Brasil, o Boletim apresenta como o setor ferroviário chegou à sua configuração atual e mostra as características gerais das 13 concessionárias que estão em operação no Brasil.
Hoje, o país é atendido por uma malha de 29.878 quilômetros de extensão. Entretanto, apenas 7 mil quilômetros se encontram em plena operação. Além disso, 13,5 mil quilômetros registram baixa densidade de tráfego e 8,5 mil quilômetros estão subutilizados e não possuem operação comercial.
O material produzido pelo ONTL também traz algumas curiosidades, como os tipos de vagões mais utilizados na frota brasileira, a densidade das malhas ferroviárias em outros países do mundo. Os planos e ações governamentais voltados para o setor ao longo dos últimos décadas também são apresentados no documento.
Para ler o Boletim na íntegra, acesse:
https://ontl.epl.gov.br/publicacoes/boletins-de-logistica/