Ministério de Portos e Aeroportos e setor produtivo anunciam R$ 4,7 bilhões para modernizar infraestrutura portuária
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, anunciou, nesta quarta-feira (9), um pacote de investimentos no valor de 4,7 bilhões, em parceria com o setor produtivo, para a implantação e ampliação de nove terminais privados em seis estados brasileiros. O plano reforça a aposta no setor portuário como motor do desenvolvimento regional e nacional. A expectativa é que os empreendimentos gerem mais de 10 mil empregos diretos e indiretos nas fases de construção e operação.

Com as autorizações assinadas, as empresas responsáveis poderão iniciar as obras. A previsão é que os primeiros serviços comecem ainda no segundo semestre de 2025, com operações sendo iniciadas progressivamente a partir de 2026.

Durante a cerimônia de anúncio, o ministro afirmou que os novos empreendimentos representam uma mudança estruturante na logística nacional. “Estamos falando de projetos que vão impulsionar o escoamento da produção, atrair investimentos e gerar emprego e renda em diversas regiões do País”, declarou.

Costa Filho acrescentou ainda que o Brasil tem um potencial logístico crescente, principalmente por estar cada vez mais inserido nas cadeias globais de fornecimento de alimentos, com destaque para a demanda vinda da Ásia, Europa e da própria América do Sul. “A nossa expectativa é de um crescimento médio entre 3% e 6% nos próximos anos”, projetou.

De acordo com o secretário Nacional de Portos, Alex Ávila, cerca de 65% da movimentação de cargas no Brasil é realizada por meio de Terminais de Uso Privativo (TUPs), o que evidencia a relevância estratégica desses empreendimentos para a economia nacional. “Eles são fundamentais para garantir eficiência e competitividade logística no País”, destacou.

Segundo o diretor-presidente da Associação Brasileira dos Terminais Portuários (ABTP), Jesualdo Silva, os investimentos chegam em tempo mais que 

oportuno. Ele afirmou que um estudo realizado em meados do ano passado, diante do novo cenário geopolítico global, avaliou as oportunidades que o Brasil pode aproveitar com as transformações no comércio exterior.

"A análise projeta, a partir de 2026, um crescimento médio de 5,7% nos embarques e de 3,3% nos desembarques. Com base nesses dados, estima-se que as exportações brasileiras possam registrar uma taxa média de expansão em torno de 3,5%, o que representa uma oportunidade de movimentar aproximadamente R$ 3 trilhões no período", concluiu.

Projetos portuários

Dos nove projetos contemplados, cinco referem-se à criação de novos terminais e quatro à expansão de estruturas já existentes.

O Pará será o principal destino dos investimentos no setor portuário, com um total de R$ 2,7 bilhões destinados a obras estratégicas no estado. Desse montante, o município de Barcarena receberá investimentos em dois terminais, sendo R$ 2,37 bilhões para construção de um novo, e R$ 261 milhões para aumento de capacidade de um já existente. Itaituba contará com duas novas instalações portuárias: uma com aporte de R$ 68,1 milhões e outra de R$ 13 milhões, ambas voltadas à ampliação da capacidade de movimentação de granéis sólidos.

O estado tem um posicionamento estratégico e potencial de integração com rodovias e ferrovias e a redução do custo logístico que impacta no preço final dos produtos transportados. O terminal será voltado à movimentação de granel sólido, reforçando a vocação exportadora da região Norte.

Ainda na região, Amapá será contemplado com R$ 377 milhões para modernização do terminal portuário em Santana, que atenderá à crescente demanda por granéis líquidos e sólidos.

No Centro-Oeste, o município de Cáceres, em Mato Grosso, terá um investimento de R$ 15,8 milhões para aprimorar a infraestrutura de um porto voltado ao escoamento de granéis sólidos. Já no Sudeste, o Rio de Janeiro contará com R$ 275,3 milhões no terminal de São João da Barra, com foco na ampliação da capacidade de movimentação de granéis líquidos. Em São Paulo, o terminal de Santos será modernizado com R$ 1,24 bilhão, investimento direcionado à melhoria da estrutura para o transporte de passageiros.

Por fim, no Sul do país, o terminal de Rio Grande (RS) receberá R$ 93 milhões para ampliar sua capacidade operacional no transporte de granéis líquidos e sólidos.

Portos privados

Em 2024, os portos brasileiros privados movimentaram 846,9 milhões de toneladas de cargas, impulsionados principalmente pelo transporte de minério de ferro, petróleo e seus derivados, além de grãos com destaque para a soja. O setor segue em trajetória de crescimento: apenas entre janeiro e maio de 2025, os terminais privados movimentaram 341,4 milhões de toneladas, um avanço de 1% em comparação ao mesmo período do ano anterior, quando foram registradas 337,8 milhões de toneladas.

Em maio deste ano, o desempenho foi ainda mais expressivo: as movimentações portuárias saltaram 8%, atingindo 76,1 milhões de toneladas, frente aos 70,4 milhões registrados em maio de 2024. O minério de ferro, o petróleo e seus derivados, além da soja, seguem como os principais motores desse crescimento.

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