Prejuízos por redução de calado chegam a R$ 109 mi por semana


Os prejuízos com a redução do calado operacional do Porto de Santos chegam a US$ 35 milhões, o equivalente a R$ 109,9 milhões, por semana aos armadores. A estimativa é do presidente do Centro Nacional da Navegação (Centronave), Claudio Loureiro. Segundo o executivo, as perdas podem ser ainda maiores, se forem levadas em conta as despesas de outros usuários do cais santista.




Desde que o calado Porto de Santos foi reduzido, dezenas de embarcações precisaram fazer escalas extras em outros complexos portuários para descarregar. Além disso, cargas que já estavam com previsão de embarque tiveram de ficar armazenadas terminais mais tempo do que o previsto. Com isso, os prejuízos se acumularam.




“A visão é do Porto de Santos lá fora é de terror total. O que temos aqui é um calado sanfona”, afirmou Loureiro sobre as constantes variações nas restrições de navegação causadas pelo assoreamento e pela falta de dragagem.




Segundo dados do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar), a cada centímetro a menos de calado, deixa-se de embarcar entre sete e oito contêineres. Com a redução atual, isso representa uma perda de carregamento de até 720 caixas metálicas ou 5 mil toneladas de carga por viagem.




“O que a gente vê é a perda de participação do Porto de Santos nas movimentações de carga. Há cinco anos, era de 40% no contêiner. Hoje, está em torno de 37%, 38% e vem caindo. Se o Porto de Santos não consegue prover as condições, o armador não pode ficar parado lá fora esperando porque ele serve aos seus usuários, que tem prazos”, destacou Loureiro.




Segundo o representante da Associação Brasileira dos Terminais de Contêineres de Uso Público (Abtratec), Antonio Passaro, no início desta semana, após operação de carregamento, um navio precisou aguardar 48 horas para deixar o Porto de Santos por conta do calado.




“Essa situação é inaceitável. Estamos falando de terminais de contêineres que investiram bilhões de reais e não estão operando em sua capacidade por um problema na entrada e saída do Porto de Santos”, destacou Passaro.




Para o presidente do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), João Almeida, a situação é “calamitosa”. Segundo o executivo, a safra de milho começou a cerca de 15 dias. E, neste período, é comum a vinda de navios com mais de 14 metros de calado ao Porto de Santos.




“Quando você deixa de embarcar a carga em sua totalidade, você corre o risco de tomar uma penalidade do comprador. Esse efeito sanfona deixa todo o ambiente de exportação sem saber como vai ser o dia de amanhã. É uma situação que, definitivamente, a gente tem que resolver”, afirmou Almeida.

Fonte: A Tribuna, 23/7/2017

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