Prestes a comprar terminal de grãos em SC, chinesa CCCC avança no País
Depois de comprar no ano passado o projeto do Porto de São Luís, no Maranhão, a gigante China Communications Construction Company (CCCC) está prestes a adquirir um novo empreendimento, agora em Santa Catarina. Trata-se do Terminal Graneleiro da Babitonga (TGB), que exigirá investimentos de R$ 1 bilhão para ser erguido em São Francisco do Sul (SC). Se fechar o negócio, o grupo se posiciona estrategicamente em corredores de exportação importantes no Nordeste e no Sul.

Os grupos chineses já deixaram claro, em várias ocasiões, que um dos principais focos de investimento no Brasil é a infraestrutura logística – em portos, rodovias ou ferrovias. É o que vem fazendo a CCCC, que entrou no Brasil em 2016, ao comprar 80% de uma construtora de médio porte, a Concremat, por R$ 350 milhões. No ano passado, fechou a aquisição de 51% do Porto de São Luís (MA), onde é sócia da WPR, da família do empresário Walter Torres. O projeto é orçado em R$ 1,7 bilhão.

Com faturamento global de US$ 70 bilhões, a maior empresa de infraestrutura da China tem planos ambiciosos para o País. Além do terminal catarinense, a empresa tenta fechar um acordo para arrematar uma fatia minoritária da ferrovia Malha Sul, da Rumo Logística. A estrada de ferro está a três quilômetros do TGB e criaria um sistema logístico integrado e competitivo para o agronegócio.

Por ora, no entanto, as negociações para a compra do controle do terminal estão mais avançadas. O grupo chinês pretende adquirir uma participação de 51% do Fundo de Participações em Infraestrutura Anessa, do empresário Alexandre Fernandes, que tem 80% do negócio. Os 20% restantes pertencem à também chinesa Cofco.

Segundo fontes próximas às negociações, a decisão de compra do TGB depende apenas de a CCCC bater o martelo, uma vez que a família Fernandes não vê empecilho para fechar o negócio. Mas pessoas a par do assunto afirmaram que o Anessa tem sido sondado por outros investidores para investir no terminal.

Já as conversas para a compra de uma fatia minoritária da Malha Sul são mais complexas e estão nas mãos da Rumo. Três grupos asiáticos disputam o negócio. Além disso, o acordo depende da renovação da concessão da malha ferroviária, que vence em 2028. A Rumo quer renovar por mais 30 anos, e o processo está em análise em Brasília.

É com base nas definições, que estão sendo conduzidas pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) que a Rumo tenta encontrar um parceiro para fazer a expansão da Malha Sul nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A participação do futuro sócio deverá envolver um aporte de R$ 2 bilhões na ferrovia, apurou o Estado.

Especialistas afirmam que a Malha Sul precisa de investimentos de peso para melhorar a operação e a produtividade. Dados do anuário da ANTT mostram que a produção da ferrovia caiu de 28.942 toneladas úteis (TU), em 2006, para 21.354 TU no ano passado.

Na mira. Além desses negócios, a CCCC, que no Brasil é assessorada pelo banco Modal, aguarda definições de Brasília para competir em outras ferrovias, como a Norte-Sul, Ferrogrão e Fiol. Em nota, a ANTT disse que a agência deve se pronunciar em breve sobre a renovação da concessão da Malha Sul. Procuradas, CCCC, Modal e Rumo não comentaram.

Fonte: Estadão, 9/4/2018.

Read Also Other News

Agência Porto
| 09 mai, 2025

Governo quer leiloar ferrovia EF-118 ainda neste ano, diz ministro

Read more
Agência Porto
| 09 mai, 2025

Nova rota marítima entre Brasil e China pode reduzir custos logísticos em 30%

Read more
Agência Porto
| 09 mai, 2025

Porto de Itajaí ganha nova linha com conexão ao Mercosul

Read more

How can we help?

Tell us how we can help with one of our services and solutions.

Request a quote

This website uses cookies to personalize content and analyze website traffic. Meet our Privacy Policy.